Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Indústria de SP cresce 10,3% e bate recorde em junho

Expansão mensal é a maior desde o início da pesquisa do IBGE, em 1991; 1.º semestre foi o melhor desde 2004

Jacqueline Farid

Impulsionada pela indústria automobilística e pela produção de bens de capital, a indústria paulista atingiu recorde de produção em junho (10,3% em relação ao mesmo mês de 2007) e cresceu 9,8% no primeiro semestre, o maior aumento para o período desde 2004 (10,9%). O recorde mensal anterior em São Paulo, desde o início da série da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1991, havia sido atingido em abril de 2008.

A indústria paulista teve resultados acima da média nacional em junho, mês que mostrou resultados “amplamente positivos” na maior parte das 14 regiões pesquisadas, segundo a economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Isabella Nunes. No primeiro semestre, todas as regiões aumentaram a produção.

Em junho, ante igual mês de 2007, nove locais tiveram crescimento. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) também considerou, em relatório, “o quadro bastante positivo”.

Segundo Isabella, o Estado de São Paulo, que responde por cerca de 40% da produção nacional, puxou os resultados do País “por causa do peso, mas também do desempenho da região”. Em junho, ante maio, houve aumento de 2,8% (acima da média nacional de 2,7%, segundo divulgou o IBGE na semana passada) e, em relação a junho do ano passado, de 10,3% (o total nacional foi de 6,6%).

“Em qualquer corte temporal a indústria paulista está acima da média (nacional), porque os segmentos que estão impulsionando o setor industrial no País são muito fortes em São Paulo”, disse a economista.

No primeiro semestre, os principais impactos positivos no resultado da indústria da região foram de veículos automotores (18,3%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (25,1%), máquinas e equipamentos (10,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (25,0%) e outros produtos químicos (13,3%). Dos 20 segmentos pesquisados em São Paulo, 17 cresceram no período.

Para o Iedi, a liderança paulista “não é algo negativo, na medida em que a produção desse Estado, dada sua diversidade, estimula as atividades industriais de diferentes setores nos outros locais do País”. Porém, o relatório alerta que “a preocupação surge quando São Paulo começa a aparecer sozinho como fonte de dinamismo da indústria brasileira. E é isso que os dados do IBGE começam a configurar”.

Isabella lembrou que os dados regionais mostram “um quadro predominantemente positivo” e, assim como na indústria paulista, os destaques nas demais regiões ficaram com os locais onde há maior peso dos segmentos que vêm puxando a indústria em geral, como automóveis, bens de capital e commodities exportadoras.

Exemplos dessas influências positivas estão no Espírito Santo (com expansão de 16,1% no semestre), impulsionado pelos segmentos de minério de ferro, metalurgia, petróleo e chocolates, e Minas Gerais (6,6%), com desempenho puxado por minério de ferro e veículos automotores.

NÚMEROS

6,6% foi o crescimento nacional da indústria em junho em relação ao mesmo mês de 2007

9,8% foi a expansão da indústria paulista no primeiro semestre, ante 6,3% da média nacional no mesmo período

40% é a participação da indústria de São Paulo na produção nacional