SÃO PAULO – O emprego na indústria paulista começou o ano em recuperação. De acordo com dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor registrou saldo positivo de 12 mil vagas em janeiro, alta de 0,42% na comparação com dezembro – nos dados com ajuste sazonal.
Em dezembro, a indústria havia registrado o fechamento de 67 mil postos. Considerando os dados sem ajuste sazonal, houve aumento no nível de emprego em janeiro de 0,54%. Ante o mesmo mês de 2009, a queda foi de 2,68%.
O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Walter Sacca, disse que o saldo positivo de 12 mil empregos dá indícios de que o ano de 2010 será bom em termos de abertura de postos de trabalho. “O ano de 2010 começa com cara de um ano bom, como 2007 e 2008. Tudo indica que haverá continuidade nesse quadro de criação de vagas”, afirmou. A Fiesp prevê que o nível de emprego encerre o ano com crescimento de 6,3%. “Janeiro confirma na prática o que estamos prevendo na teoria para este ano.”
Segundo Sacca, a criação de vagas será disseminada entre os diversos setores econômicos. Em janeiro, dos 22 setores nos quais a Fiesp divide a indústria para fazer a pesquisa, 17 contrataram, dois demitiram e três mantiveram seu quadro estável. O diretor citou como exemplo a construção civil, cuja demanda por insumos puxou o crescimento de 1,7% no nível de emprego do setor de produtos de madeira. “No ano passado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial [Senai] formou 38 mil trabalhadores para a construção civil. Neste ano, serão 60 mil, e o setor está reclamando que é pouco”, disse.
Outro destaque citado por Sacca foi o segmento de máquinas e equipamentos que, depois de meses de demissões motivadas pela crise, contratou 2.158 empregados, resultado superado apenas pelo setor de veículos automotores, que criou 2.627 postos. As indústrias de produtos de plástico e borracha e de produtos de metal também tiveram resultados significativos, com a criação de 2.116 e 1.504 empregos, respectivamente.
Os dois únicos setores que demitiram foram produtos alimentícios, que dispensou 1.878, e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com 953 demissões. Segundo Sacca, até a indústria ligada à produção de álcool, que está em período de entressafra, demitiu menos do que o esperado. A queda foi de 3,3%, mas já chegou a -15% em outros anos.
Agência Estado