A renda do trabalhador cresceu 1% em sete anos, enquanto os impostos líquidos sobre produção e importação subiram 7,7%, mostra estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No mesmo intervalo, a renda nacional evoluiu 19,3%.
Os dados se referem ao período entre 2000 e 2006 e foram divulgados nesta quarta-feira. Não foram informados números mais recentes.
Os trabalhadores de renda mista (que não são empregados e possuem meios próprios de geração de rendimentos, como trabalho autônomo) tiveram um tombo na sua remuneração, com perda de 21,1%.
A renda dos proprietários (lucros, juros, aluguéis e renda da terra) cresceu mais do que o dobro dos salários (2,4%).
O Ipea avalia que os dados mostrados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) não refletem a desigualdade realmente existente no país, porque não medem corretamente a participação do rendimento do trabalho no total da renda nacional. Ficam faltando dados como a renda dos proprietários.
Segundo o estudo, em 1990, os salários dos trabalhadores compunham a maioria da renda nacional (PIB) e representavam 53,4% dela. O rendimento dos proprietários e dos trabalhadores “mistos” significava 46,5%.
Em 2007, a situação foi invertida. Ainda com dados estimados, sem números finais, a renda dos assalariados representava no ano passado 48,9% da renda nacional, enquanto os proprietários e mistos abocanham 51,1%.