Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Ibirubá (RS): Indústria expõe falta de mão de obra em setores; Audiência pública na ALRS é proposta

FONTE: Assessoria de imprensa da Força Sindical RS

O painel de debates do ciclo Força do Pensamento em Ibirubá na manhã desta quinta-feira contou com a discussão prática da inclusão do jovem no mercado de trabalho.

O empresário do Setor Metalúrgico Agrícola Marcos Lauxen fez sua apresentação focada no impacto que a falta de mão de obra jovem vem causando na sua empresa. A seguir falou o deputado Carlos Gomes (PRB).

“O intuito é mostrar para o jovem a importância de se aprimorar nos serviços, mostrando que é possível crescer e evoluir, até mesmo a ponto de se tornar um especialista na atividade. Além disso, os jovens sabem que é muito importante ser independente financeiramente. Esta realidade deve ser discutida na região”, destacou o empresário.

No debate com o público, participantes cobram qualidade de inserção e questionam se os jovens não se tornarão cansados para o estudo se trabalharem.

Falta de mão de obra na empresa

Segundo Lauxen, há uma preocupação geral de pais e empresários em como os filhos vão trabalhar e como irão trabalhar. “O que se deve lembrar é que trabalhar e estudar auxiliou muitos adultos que construíram um futuro. Muitas pessoas já eram chefes de fábrica com 18 anos. Quero dizer aos jovens aqui que todos têm condições, ainda mais com as tecnologias da informação”, afirmou.

Um vídeo com depoimentos de vários setores da indústria de máquinas agrícolas de Marcos Lauxen foi apresentado. Nele, trabalhadores, colegas e especialistas da firma expõem a carência de mão de obra e de interesse em trabalhar em atividades leves. “Trabalhar não é feio, o que falta é incentivo e a demonstração de que essa realidade é possível. Aprendizes de 16 anos têm plenas condições de desempenhar estas funções”, argumentou.

As CIPAs nas empresas garantem segurança e fiscalizam as condições de trabalho, além do trabalho dos sindicatos. “Propomos que os jovens trabalhem meio turno e que a permanência dependa do desempenho escolar, ou seja, notas boas são pré-requisitos para o jovem trabalhar”, destacou, ressaltando ainda que o desenvolvimento regional pode crescer com a inclusão de aprendizes.

Audiência pública para inclusão de jovens será proposta na ALRS

A economia solicita, assim como a juventude que busca autonomia mais cedo, a inserção dos jovens nas atividades laborais. Assim o deputado estadual Carlos Gomes realizou sua explanação para os presentes relatando sua experiência pessoal de pobreza e luta desde cedo para melhorar a condição de vida.

Gomes propôs apresentar requerimento para audiência pública na ALRS para levar adiante o tema do ciclo Força do Pensamento. “Quem precisa e quer trabalhar ser impedido pela lei é uma situação que não pode continuar. Temos que considerar ainda que muitos têm diploma, currículo, mas falta a experiência”, destacou.

O deputado garantiu que vai trabalhar na Assembleia e buscar apoios para “que se faça a alteração necessária no Congresso”, em referência a uma lei que regulamente efetivamente o trabalho jovem.

O parlamentar elogiou a iniciativa e se colocou à disposição para auxiliar na luta pela inclusão dos jovens.

Debate com o público

O técnico em Segurança do Trabalho do Sindec/Poa e Força Sindical-RS Osvaldo de Oliveira ressaltou que tem como incluir o jovem no mercado de trabalho de forma consciente. “Com treinamento se conquista segurança e a escola pode cumprir muito bem com este papel”, informou.

A produtora cultural da Força Sindical, Sílvia Duarte, questionou sobre a idade que se deve trabalhar. “Com 14 anos, é cedo demais. Temos que pensar em um nível de educação, para que o próprio trabalhador jovem depois dê certo no desempenho profissional”, destacou.

O secretário da juventude da Força Sindical, Jefferson Tiego, ressaltou que não importa a idade de entrada no mercado de trabalho, desde que a pessoa tenha uma formação bem assentada. Ele defendeu a qualidade desta inserção. “Muita gente que entrou cedo demais, teve doenças ocupacionais também cedo demais. O que é necessário discutir também é o investimento na família trabalhadora que garanta educação e segurança para o jovem”, afirmou.

A professora de Ciências Humanas na Escola Edmundo Roever, Esteleita Lorenzone, ressaltou que o aluno tem que ter tempo de estudo para formar senso crítico. Ela destacou o mérito do trabalho dos jovens, mas cobrou projetos sociais como trabalho. “As crianças com dois anos já estão na escola e vai até 18 anos às vezes. Mas temos que mostrar que os pais devem antes cumprir o papel na educação. Acredito que em empresas familiares pode dar certo, mas em empresas multinacionais, que visam o lucro unicamente, não tem como uma criança trabalhar”, criticou.

A professora Maristela Fitarelli questionou sobre o ensino politécnico que coloca os alunos em uma cruzada entre o trabalho e o estudo. “Qual é a política que Ibirubá tem para os jovens?”, questionou.