Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Greve dos bancários cresce e afeta as lotéricas


Kathia Natalie
e Vinícius Segalla
do Agora

No sexto dia de greve dos bancários, 36,2 mil trabalhadores cruzaram os braços em São Paulo e Osasco (Grande SP), onde a paralisação atingiu 797 locais de trabalho, entre agências bancárias e edifícios administrativos. A informação é do sindicato da categoria. A associação patronal não fez estimativa.

Com isso, o movimento e as filas nas casas lotéricas subiram cerca de 15%, segundo proprietários e funcionários ouvidos pelo Agora. Os estabelecimentos podem cumprir algumas funções bancárias, como receber contas de consumo, efetuar o pagamento do PIS, do FGTS, do seguro-desemprego e de programas sociais. Além disso, os correntistas da Caixa Econômica Federal podem sacar até R$ 1.000. Já os clientes do Banco do Brasil podem tirar R$ 500.

“Alterei meu horário para atender à demanda. Antes, fechava às 18h, agora, estou indo até as 19h”, diz Flávio Demattio, gerente de uma lotérica em Perdizes (zona oeste da capital).

“Caso a paralisação persista até a segunda semana de outubro, época de pagamento e recebimento de benefícios sociais, a situação ficará preocupante”, diz Rose Carvalho, assistente da Lotérica da Galeria, em Pinheiros (zona oeste). A funcionária, assim como outros ouvidos pelo Agora, afirmou que o movimento subiu 15% nesses dias de greve nas agências bancárias.

Diálogo retomado
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) vai se reunir hoje com o comando nacional de greve, em São Paulo, para tentar colocar um fim na paralisação. Amanhã, será a vez do Banco do Brasil se reunir com uma comitiva de seus funcionários, para discutir as pautas específicas. Na sexta, os servidores da Caixa Econômica Federal serão recebidos por uma comissão para debater questões pontuais.

A reivindicação dos bancários é por um reajuste de 10%, sendo 4,5% de reposição da inflação e o restante de aumento real. Além disso, pedem garantias contra demissões em massa. Já a Fenaban fez uma proposta de reposição da inflação (4,5%), mas se diz aberta ao diálogo.