Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Os representantes do governo, empregadores e empresários retomam as negociações hoje (3) em busca do fim dos conflitos entre mineiros e a companhia Lonmin, que administra a Mina de Marikana, no Sudoeste da África do Sul. No mês passado, 34 mineiros em greve foram mortos durante confrontos com policiais e 78 ficaram feridos. O caso repercutiu no país e na comunidade internacional devido às imagens de policiais com armas de fogo, inclusive fuzis.
As mortes dos trabalhadores foram consideradas o episódio mais violento na África do Sul, depois do fim do apartheid (regime de segregação racial), de 1994.
O líder da União Nacional dos Mineiros, Senzeni Zokwana, disse que as negociações, suspensas na semana passada, serão retomadas ainda hoje (3). Cerca de 3 mil mineiros, que trabalham na Mina de Marikana, entraram em greve no último dia 10.
Ontem (2), a Promotoria da África do Sul retirou temporariamente as acusações de assassinatos contra 270 trabalhadores denunciados pelas mortes dos 34 colegas, no confronto do último dia 16.
A chefe da Promotoria, Nomgcobo Jiba, disse que as acusações finais só ocorrerão depois de concluídas as investigações.
Inicialmente, a decisão da promotoria causou reações no país e o ministro da Justiça da África do Sul, Jeff Radebe, viu-se obrigado a intervir para acalmar as críticas. A decisão da promotoria segue à legislação ainda do período do apartheid, considerada obsoleta.
*Com informações da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latina.
Edição: Talita Cavalcante