Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

GM já opera com reserva mínima de caixa


 

Montadora registrou prejuízo de US$ 6 bilhões no primeiro trimestre, enquanto vendas caíram 40%

 

DO “NEW YORK TIMES”, EM DETROIT

 

A General Motors afirmou ontem que suas reservas de caixa estão se esgotando em ritmo cada vez mais mais acelerado, à medida que se aproxima o fim do prazo concedido pelo governo para que a montadora reduza suas dívidas e despesas ou peça concordata. O prazo se esgota em 1º de junho.


No primeiro trimestre, a GM registrou prejuízo de US$ 6 bilhões, e suas vendas mundiais caíram em quase 40%, já como efeito da hesitação dos consumidores em relação à marca. A receita da companhia caiu quase pela metade. Mas o número mais preocupante são os US$ 10,2 bilhões em reservas de caixa que a GM queimou nos três meses iniciais do ano, o equivalente a US$ 113 milhões ao dia. Isso equivale a quase o dobro do nível de gasto diário que a companhia mantinha no quarto trimestre do ano passado.

Em 31 de março, a empresa detinha uma reserva de caixa de US$ 11,6 bilhões, o que equivale ao nível mínimo de liquidez para a empresa se manter em operação. De lá para cá, o governo emprestou US$ 2 bilhões adicionais à montadora. “Nossos resultados do primeiro trimestre sublinham a importância de executar o plano de viabilidade revisado da GM, que oferece as medidas mais fortes e mais rápidas de redução de nosso ponto de equilíbrio financeiro”, afirmou em comunicado o presidente-executivo da companhia, Fritz Henderson.


No primeiro trimestre, a GM teve seu oitavo prejuízo trimestral consecutivo. No ano anterior, a companhia teve perdas de US$ 3,3 bilhões. A GM produziu 1,33 milhão de veículos em todo o mundo no primeiro trimestre, 933 mil a menos do que o total do período em 2008. O vice-presidente financeiro Ray Young classificou a redução de “número assustador” e disse que os consumidores de todo o mundo já vêm demonstrando hesitação quanto aos produtos da GM, devido à potencial concordata.

Termos semelhantes poderiam ser usados para descrever a elevação nas dívidas da GM, que chegaram a US$ 54,4 bilhões em 31 de março. A montadora afirmou que necessita de mais US$ 11,6 bilhões em empréstimos. Henderson disse que a concordata era uma possível saída para a GM, mas acrescentou que a empresa ainda tem esperança de evitá-la. Young reiterou essa possibilidade ontem.

 

Tradução de PAULO MIGLIACCI