Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Gerdau vai investir US$ 524 mi na Argentina

Grupo construirá nova fábrica de produção de aço

ADRIANA KÜCHLER

DE BUENOS AIRES

O grupo siderúrgico brasileiro Gerdau vai investir US$ 524 milhões na construção de uma nova fábrica de produção de aço, na cidade argentina de Pérez, na Província de Santa Fé.

O anúncio foi feito ontem pela direção do grupo em um encontro com a presidente argentina, Cristina Kirchner, e representa mais um movimento da chamada “invasão brasileira”, o boom recente de investimentos de empresas do Brasil no país vizinho.

O investimento é significativo, já que o grupo havia investido apenas US$ 110 milhões no país desde que se instalou na Argentina, em 1998, com a compra da siderúrgica Sipar.

A fábrica que o grupo Gerdau mantém no país produz por ano 260 mil toneladas de produtos terminados em aço com matéria-prima importada do Brasil.

No novo empreendimento, que deve começar a ser construído em novembro, a empresa pretende fabricar aço a partir de sucata e alcançar uma produção de 1,1 milhão de toneladas anuais em 2016.

Dessa produção, 85% devem abastecer o mercado interno e os outros 15% serão exportados para diferentes países.

O investimento vem se somar a outros tantos de empresas no país. Segundo relatório da consultoria Deloitte divulgado em maio, as companhias brasileiras investiram US$ 8 bilhões no país desde 2002, quando, após uma grave crise política e econômica, a Argentina acabou com a paridade entre o peso e o dólar e decretou moratória.

O anúncio foi bem recebido pela presidente argentina, que declarou recentemente ter inveja do empresariado brasileiro. Para Cristina, o investimento “constitui mais uma demonstração da confiança no modelo de desenvolvimento que estamos conduzindo”.

Mais do que isso, o investimento é bem-vindo porque representa a construção de uma nova fábrica, e não apenas a compra de estruturas já existentes. A chamada “invasão brasileira” é vista com antipatia por muitos argentinos, já que vários grupos apenas compram fábricas e marcas a baixos preços, em vez de investir em novos negócios.