Folha SP
Nova regra alcançaria trabalhadores cujas funções registram mais vagas disponíveis
DO “AGORA”
A nova regra do seguro-desemprego, que pode suspender o benefício caso o trabalhador recuse, sem justificativa, um emprego oferecido pelo governo, deverá afetar mais quem ganha até R$ 1.500 por mês, afirma Rodolfo Peres Torelly, diretor do Departamento de Emprego e Salário, órgão que pertence ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
O motivo é que os trabalhadores nessa faixa de renda é que hoje recebem mais o seguro e ocupam funções que têm mais vagas disponíveis em centros públicos de empregos, de onde o ministério tira as oportunidades recomendadas ao trabalhador.
Um engenheiro, por exemplo, que ganha R$ 6.000 por mês e fica desempregado, dificilmente será recolocado pelo programa do ministério. Se não houver vagas disponíveis para ele, o benefício será liberado normalmente.
Mas, para esse trabalhador, não vale a pena receber o seguro. Isso porque o valor máximo pago é de R$ 1.019,70, bem menos do que ele recebia na função anterior.
O valor mínimo do seguro-desemprego é de R$ 545, equivalente ao salário mínimo nacional.
A medida do ministério é para coibir fraudes. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical disseram, porém, que a medida é desarticulada e fere os direitos de liberdade de escolha do trabalhador.