Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Antes do início da sessão, os representantes da central realizaram mobilizações a favor da proposta nos arredores da Assembléia.

Dirigentes da Força Sindical participaram, na última quinta-feira (18), às 14h, da audiência pública realizada na Assembléia Legislativa de Curitiba para debater a regulamentação e o reajuste do mínimo estadual. Antes do início da sessão, os representantes da central realizaram mobilizações a favor da proposta nos arredores da Assembléia.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba – SMC e também diretor da secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nuncio Mannala, deu início a discussão na audiência. Mannala apresentou um estudo sobre o mercado de trabalho e o trabalhador no Paraná. Segundo ele, um dos índices mais preocupantes demonstra que apesar das vagas de emprego no Paraná exigirem uma escolaridade avançada isso não se reflete nos salários. “Precisamos ter uma política de valorização do piso regional, para que os paranaenses tenham um salário justo”.   

O segundo a falar foi o economista do Ipardes, Eron Maranho, que explicou como foi elaborado o índice de reajuste do mínimo regional. “Atualmente o piso regional em vigor, que é o de 2009, é mais baixo do que a média do salário inicial no Paraná”. Eron Maranho argumentou também que, desde que o piso regional foi criado, houve um saldo muito positivo de emprego no Estado, ou seja, foram criadas mais vagas do que o número de pessoas que foram demitidas.

O presidente do SMC, Sérgio Butka, representou os trabalhadores no debate e ressaltou que o Paraná é um dos líderes nacionais na geração de emprego. Então, segundo ele, os argumentos das empresas de que o reajuste do piso regional vai gerar desemprego é infundado. “O aumento do mínimo estadual, como já foi comprovado, impulsiona a geração de emprego e renda no Estado. É preciso regulamentar este reajuste para que independente de quem seja o governador, o piso estadual tenha um aumento anual garantido”.

Deputado lidera audiência tendenciosa e impede manifestação dos trabalhadores

Enfurecido com protesto dos trabalhadores, o deputado Durval Amaral encerra antecipadamente a sessão

O que era para ser um ato realizado para promover o debate, acabou sendo encerrado antecipadamente pelo deputado Durval Amaral, que presidia a mesa. O deputado finalizou a sessão graças a protestos dos trabalhadores, que se manifestaram após o presidente da mesa permitir que uma das líderes empresariais concluísse sua exposição mesmo após ter acabado o tempo regulamentado, o que não ocorreu com nenhum dos líderes trabalhistas, que tiveram o microfone cortado no meio de suas falas.  

O deputado Durval Amaral conduziu a audiência de forma tendenciosa a favor do empresariado e permitiu que a mesa fosse composta por dois representantes do empresariado e apenas um dos trabalhadores. Após ser “atrapalhado” pelas vaias dos representantes dos trabalhadores, o deputado se irritou e finalizou a sessão. Após a cena, ele afirmou para os presentes que as audiências que seriam realizadas em Londrina e Maringá teriam sido canceladas.

No entanto, os representantes do movimento trabalhista continuaram a sessão no Plenarinho e o líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli confirmou que, caso a presidência da comissão que conduz este processo na Assembléia mantenha a posição de cancelar as audiências de Londrina e Maringá, estas serão realizadas via liderança do governo.