Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Festas do 1º de Maio pedem proteção contra crise

Escrito por Luciana Lazarini, Anay Cury, Juca Guimarães e Bruno Saia    


Medo de perder o emprego e ter o salário reduzido. Foi esse o sentimento ontem dos trabalhadores nas festas das centrais sindicais, que reuniram 1,8 milhão de pessoas. O principal tema do Dia do Trabalho foi a crise econômica.

 

Sindicalistas pediram o fim das demissões, a rejeição a propostas de redução de jornadas e salários e a queda dos impostos para bens de consumo. Foram essas as principais bandeiras defendidas pelas centrais sindicais durante as festas do 1º de Maio.

A crise, aliás, chegou às festas também, que tiveram redução de orçamento em relação ao ano passado. A Força Sindical desembolsou R$ 2,2 milhões no 1º de Maio de 2008; neste ano, a verba foi de R$ 2 milhões. Já a CUT (Central Única dos Trabalhadores) derrubou os custos de R$ 2,5 milhões no ano passado para R$ 550 mil –as festas foram descentralizadas.

 

A central fez duas festas em São Paulo (na zona leste e na zona sul) e uma em São Bernardo. A maior mensagem foi que redução de jornada acompanhada por diminuição dos salários é inaceitável.

 

“Esse é um 1º de Maio diferente, um momento de repensar a situação com a crise. É um momento de luta pelo emprego e pela renda”, diz Artur Henrique, presidente nacional da CUT.

 

A central defendeu ainda que o governo vincule os benefícios que vêm concedendo às empresas em dificuldades à manutenção dos empregos.

 

Em São Bernardo, Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, argumentou que falta as empresas darem a contrapartida para a manutenção do emprego. Ele elogiou, com ressalvas, a ampliação do seguro-desemprego para os trabalhadores demitidos com a crise. “O primordial é recolocar no mercado aqueles que perderam o emprego.

 

Impostos reduzidos

 

Já no palco da Força Sindical, na zona norte, os sindicalistas pediram uma nova prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor automobilístico e incentivos fiscais para setores afetados pela crise. “Criticamos os juros e a lentidão do governo em tomar ações no que se refere a determinadas cadeias produtivas que demitiram”, afirmou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força.

 

O sindicalista, por outro lado, elogiou algumas medidas de combate à crise. “Fizemos pressão para que houvesse garantia de emprego quando fosse concedida alguma redução de impostos para as empresas, e isso o governo fez.

 

Na festa da UGT (União Geral dos Trabalhadores), o presidente da central, Ricardo Patah, defendeu a redução da jornada sem diminuição dos salários e o investimento do governo em programas que visem a manutenção dos postos de trabalho.