Folha SP
Cenário contrasta com a situação enfrentada pelos países da zona do euro
OIT atribui números positivos da região a políticas focadas no emprego e também nos investimentos
MAELI PRADO
DE BRASÍLIA
Mesmo com a crise internacional, que fez com que alguns países da América Latina e do Caribe crescessem a um ritmo mais lento no segundo semestre do ano passado, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que a taxa de desemprego na região se manterá na média de 6,8%, em 2012.
É o mesmo percentual registrado no ano passado e o menor desde 1990.
O cenário contrasta com a situação na zona do euro, que amargou uma taxa de desemprego superior a 10% ao longo do ano passado, percentual que girou em torno de 9% nos EUA.
O bom desempenho da América Latina é atribuído pela OIT às políticas com foco em emprego e investimentos. Mas o relatório “Panorama Laboral 2011” alerta que o cenário externo é bastante volátil. Ou seja, a taxa pode crescer, se a crise se agravar.
“Tudo depende, sobretudo, de como vai se comportar a zona do euro”, apontou José Ribeiro, representante da OIT no Brasil. “Se os problemas atingirem com força o comércio internacional, isso afetará a demanda desses países, o que pode comprometer a atividade econômica.”
No Brasil, a taxa de desemprego deve fechar 2011 em torno de 6%, abaixo da média da América Latina.
Entretanto, em outro critério de comparação, o do aumento real (descontada a inflação) do salário mínimo, o país ficou na lanterninha. Entre janeiro e outubro, o crescimento foi de 1,4% na comparação com o mesmo período de 2010, bem abaixo da média dos países da região, de 7,1%. A média foi puxada para cima pela Argentina.