Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Metalúrgicos de Piracicaba/SP

Estado de Greve: Trabalhadores da Dedini paralisam as atividades

Os trabalhadores da Dedini decidiram paralisar as atividades em Assembleia realizada na manhã do dia 9 de dezembro, no pátio da empresa pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba. 

A Assembleia foi realizada devido às demissões ocorridas no último dia (2/12), onde mais de 200 trabalhadores, sendo 100 de Piracicaba e 100 de Sertãozinho, foram dispensados. Além disso, a Dedini não cumpre o acordo  do pagamento de R$1000,00 mais cesta básica, todo dia 29 de cada mês aos demitidos da empresa, que deveriam ser realizados até a data da Assembleia Judicial que será marcada pelo Juiz da Recuperação Judicial.

Durante a Assembleia, o Sindicato comunicou aos trabalhadores à posição da empresa na última reunião realizada com a entidade.  Os representantes da Dedini deixaram claro que não tem condições de realizar o pagamento das rescisões dos trabalhadores demitidos na semana passada e somente depositar cerca de R$300,00 por mês a partir de maio de 2016. Como medida o Sindicato irá agilizar o processo para que estes trabalhadores possam sacar o FGTS (Fundo de Garantia por tempo e Serviço) e dar entrada no seguro desemprego.

Esta prevista também a demissão de 430 trabalhadores entre janeiro e fevereiro de 2016, em Piracicaba. Para os trabalhadores que ainda permanecerem na empresa o transporte começara a ser cobrado, o convênio médico 50% e a previsão é também de não ter mais restaurante, dentre outros.

A empresa também não cumpre com o pagamento de férias, FGTS, há atrasos de salários. Há ainda a possibilidade dos trabalhadores da ativa  agora em dezembro não receber a segunda parcela do décimo terceiro, como também os 27% do ticket alimentação.

A previsão de acordo com os representantes da Dedini é de permanecer apenas com 600 trabalhadores em Piracicaba e da Dedini em Sertãozinho fechar.

De acordo com João Carlos Ribeiro, Jipe, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, “O intuito da Dedini é exclusivamente de prejudicar o trabalhador”,destacou.

O Sindicato dos metalúrgicos recebe diariamente mais de 60 trabalhadores, em que muitos enfrentam uma situação desesperadora, pois precisam pagar contas, comprar remédios, e estão sem dinheiro.      

Os trabalhadores de Sertãozinho, diretores de Leme e São Paulo também participaram da Assembleia. Segundo Samuel Marqueti, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho, “Há Dedini não vem cumprindo com a sua obrigação, os trabalhadores estão sem receber salários. Em Sertãozinho estamos há mais de 90 dias em greve”, destacou.

Manifestação Fórum

No período da tarde, com faixas e cartazes, os trabalhadores e ex-funcionários da Dedini, foram em frente ao Fórum manifestar toda a indignação.

 Uma comissão de trabalhadores e diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e Sertãozinho se reuniu com o juiz Marcos Douglas da Silva, condutor do processo da recuperação judicial da Dedini. O Juíz disse que a única novidade em meio a tudo o que vem ocorrendo, é que o terreno da Dedini  de R$ 15 milhões localizado no Shopping Piracicaba foi vendido mas, para reverter esta venda ao pagamento aos trabalhadores existe todo um processo que deverá ser feito na Justiça.

Assembleia

O Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba realiza nesta quinta (10/12), às 7 horas, uma assembleia com os trabalhadores e ex-funcionários no pátio da Dedini Matriz para definir o andamento da paralisação.