Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Especialistas chegam à mina peruana para ajudar em resgate

Por Franklin Briceno | Associated Press

LIMA – O ministro das Minas e Energia do Peru, Jorge Merino, pediu ajuda a empresas privadas de mineração, que atuam no país, para resgatar os nove mineiros soterrados na mina clandestina de cobre Cabeza de Negro, localizada em uma região montanhosa a 280 quilômetros ao sul de Lima. E foi atendido.

A chegada de cerca de 20 especialistas ao local deu esperança aos familiares dos trabalhadores, presos no local desde quinta-feira, 5, depois que uma explosão, seguida de um desabamento de terra, bloqueou a entrada da mina. Até então, colegas e voluntários usaram pás e picaretas para abrir o caminho até os mineiros. No domingo, bombeiros reforçaram a estrutura da entrada da mina com toras de madeira, para evitar mais desabamentos.   

Martin Mejia/AP
Voluntários trabalham no resgate de nove mineiros soterrados na mina de cobre Cabeza de Negro, no Peru

Os policiais que acompanham o caso tem conseguido abastecer os mineiros de líquidos e alimentos, mas temem pela saúde dos nove soterrados por causa das baixas temperaturas na mina. “A situação é complexa porque a humidade no local é alta”, explicou o primeiro-ministro Oscar Valdés. Ele declarou que o grupo deve ser resgatado em no máximo três dias.

O drama dos mineiros expôs as precárias condições do governo peruano em situações de resgate. “O Peru não mantém nenhuma equipe governamental de técnicos especializados nem nesse tipo nem em qualquer outro tipo de resgate”, disse à AP o ex-vice-ministro do Meio Ambiente do país, José de Echave. “Diferente do governo chileno, que mantém forte presença na produção de cobre. Tanto que a maior empresa do setor é a estatal Codelco”, disse Echave. Ele lembrou o acidente de 2010, no deserto do Atacama, quando 33 mineiros foram soterrados e, depois, libertados de uma mina que desabou. “O engenheiro que comandou as operações de resgate, André Sougarret, era funcionário da estatal”, disse o ex-vice-ministro.

O Peru é o segundo maior exportador de minério de cobre do mundo, atrás somente do vizinho Chile. A atividade mineradora é o motor de sua economia e corresponde a 60% das exportações do país. Segundo dados oficiais, em 2011, 52 mineiros morreram em decorrência de acidentes de trabalho. Um terço dessas mortes ocorreu em minas que desabaram. 

(Franklin Briceno | Associated Press)