Algumas entidades que participaram da comissão geral para discutir a proposta de liberação dos bingos, videobingos e caça-níqueis no País, realizada nesta terça-feira (30), pela Câmara, cobraram a aprovação do substitutivo do deputado Regis de Oliveira (PSC/SP) como um instrumento de geração de emprego e renda no País.
O representante da Força Sindical Carlos Cavalcante Lacerda afirmou que a legalização dos bingos, videobingos e caça-níqueis pode gerar 100 mil empregos diretos, além dos indiretos. Ele citou como exemplo dos empregos indiretos que podem ser gerados a previsão de novos postos de trabalho no setor moveleiro. Só a compra de 90 mil mesas e 700 mil cadeiras, que o setor deve adquirir, representará, segundo Lacerda, mais de 60 mil novos empregos.
Preconceito e vício
O presidente do Sindicato dos Empregados em Casas de Diversão de São Paulo e Região, Élisson Zapparoli, disse que ex-funcionários dessas casas anseiam pela legalização dos bingos, que eram sua fonte de renda. “Pior que não regulamentar é manter as condições como estão, com a exploração das pessoas que não encontram outro trabalho após o fechamento das casas legais”, disse.
O presidente do Movimento dos Trabalhadores em Bingos no Rio Grande do Sul, Afonso Arruda Júnior, criticou o preconceito contra trabalhadores e ex-trabalhadores de bingos. Ele explica que pessoas que já trabalharam em casas de bingos encontram dificuldade para conseguir novos empregos.
Segundo ele, profissionais que trabalharam em bingos são, algumas vezes, classificados como criminosos, em razão de visões distorcidas sobre a atividade. Para ele, não são apenas os bingos os responsáveis pelo vício em jogos. As lotéricas, segundo Afonso Arruda, podem provocar o mesmo efeito.
A presidente do Sindicato de Empresas de Bingos de São Paulo, Bilu Villela, também criticou o preconceito enfrentado por ex-trabalhadores de bingos. Ela defendeu a legalização dos bingos, atividade que, segundo ela, pode gerar 300 mil empregos diretos e indiretos. “É uma geração de economia enorme para o País”, argumentou.
Bilu destacou a necessidade de diferenciar a atividade do bingo da de caça-níquel. “Enquanto o videobingo faz mil rodízios, o caça-níquel faz 32 mil”, afirmou. Para ela, a impossibilidade de controle sobre os caça-níqueis, que foram espalhados em padarias e bares, é uma das causas da destruição da imagem dos bingos.