30 mar 2009
Notícias
da BBC Brasil
Diversas organizações planejam realizar protestos nesta semana, às vésperas do encontro de líderes do G20, grupo formado pelas nações mais ricas e as principais economias emergentes do mundo.
A reunião está marcada para quinta-feira, em Londres. No sábado passado, uma marcha batizada de “Put People First” (“Coloquem as Pessoas em Primeiro Lugar”, em tradução livre) reuniu dezenas de milhares de pessoas no centro da capital britânica e marcou o início do que promete ser uma temporada de manifestações.
Veja abaixo os principais protestos programados, os grupos envolvidos na organização e o que eles querem dos líderes mundiais.
“Put People First” (Coloquem as Pessoas em Primeiro Lugar, em tradução livre)*: As principais reivindicações desse movimento são governança democrática da economia global, empregos decentes e serviços públicos para todos, o fim da pobreza global e da desigualdade e o estabelecimento de uma economia verde. Seu principal protesto foi uma marcha realizada no sábado.
ActionAid: “Os líderes do G20 que se reunirão em Londres têm uma oportunidade única de criar um sistema novo, mais justo, que coloque as pessoas em primeiro lugar. Uma maneira de começar é reformar os paraísos fiscais.”
“Nós queremos que o G20 acabe com o véu de sigilo que permite que as empresas soneguem impostos. Isso permitiria que os países em desenvolvimento reivindicassem o dinheiro a que têm direito e usassem esse dinheiro para construir hospitais, cavar poços e empregar professores.”
TUC (Trades Union Congress, a central sindical britânica): “Nós precisamos de um novo começo por parte de Barack Obama, Gordon Brown e os outros líderes mundiais que virão a Londres para o encontro do G20.”
“Eles precisam reconhecer os erros do passado mas, mais importante do que isso, construir um futuro diferente, que combata a recessão ao fazer do mundo um lugar mais justo e mais verde.”
Save the Children: “O encontro do G20 deve fazer mais do que resgatar o sistema bancário. Precisa estar também preocupado em proteger os mais pobres das graves consequências de uma crise econômica e financeira que não foi criada por eles.”
“Em primeiro lugar, um pacote de estímulo econômico global deve oferecer algo muito tangível aos países mais pobres do mundo, principalmente recursos adicionais para lidar com os efeitos da crise econômica. Em segundo lugar, as propostas de reformas na governança econômica global devem incluir mais voz para os países mais pobres do mundo. Em terceiro lugar, precisa haver um novo foco em ajudar as comunidades mais pobres.”
Stop Climate Chaos Coalition: “Os líderes mundiais devem aproveitar a oportunidade de combater as mudanças climáticas e a crise econômica conjuntamente.”
“Somente investindo em empregos verdes e economias com baixa emissão de carbono será possível assegurar um modo de vida sustentável para as gerações futuras.”
Plan: “Enquanto as pessoas estão sentindo o problema aqui na Grã-Bretanha, são os mais pobres entre os mais pobres do mundo em desenvolvimento que enfrentam as piores dificuldades, até mesmo a morte.”
“Crianças e jovens representam metade da população no mundo em desenvolvimento, mas apesar disso suas vozes são raramente ouvidas. Nós acreditamos que é vital que os líderes mundiais presentes neste encontro do G20 em Londres ouçam o que os jovens têm a dizer.”
Salvation Army (Exército de Salvação): “O culto religioso e a manifestação em Londres são uma oportunidade perfeita de pedir aos membros do G20 que levem em consideração o bem-estar das pessoas mais vulneráveis do mundo.”
“O Exército de Salvação é um movimento internacional, parte da Igreja cristã universal, comprometido com as necessidades humanas e com o trabalho pela justiça social, sem discriminação. É um privilégio nos unirmos às vozes de tantos outros para pedir ações contra a pobreza e as mudanças climáticas.”
WWF: “Nós acreditamos que a resposta dos líderes do G20 à crise econômica precisa nos levar adiante, para um novo sistema econômico e que um retorno à ideia de que tudo continuará normalmente apesar dos contratempos simplesmente não é mais uma opção.”
“Medidas para reformar a economia global para alcançar segurança econômica só serão bem-sucedidas se tiverem sustentabilidade ambiental e igualdade em sua essência.”
Ye We Can (“Sim, Nós Podemos”, em tradução livre): coalizão com protesto marcado para a tarde de 1º de abril (quarta-feira) no centro de Londres
CND (“Campanha para o Desarmamento Nuclear”, em tradução livre): “Nós queremos enviar ao líderes do G20 uma mensagem clara sobre guerra e paz. Eles não conseguirão combater a crise econômica corretamente sem abordar as causas fundamentais da instabilidade entre as nações –por exemplo, a desconfiança entre Estados Unidos e Rússia sobre a expansão da Otan e o sistema de defesa anti-mísseis, que impede a cooperação em outras áreas.”
“Nós queremos especialmente dar as boas-vindas ao presidente Obama e dizer que a agenda de paz, e não de guerra, de trabalhar em direção a um mundo livre de armas nucleares e de criar empregos, não bombas, é uma agenda popular na maior parte do mundo.”
Stop the War Coalition: “Esta é a nossa primeira oportunidade de pedir uma mudança em relação às políticas de guerra do governo Bush.”
“Nossa mensagem será: Sim, Nós Podemos… encerrar o cerco a Gaza e libertar a Palestina, retirar as tropas do Iraque e do Afeganistão, criar empregos, e não bombas, abolir as armas nucleares e parar de armar Israel.”
British Muslim Initiative: “Enquanto o mundo vê com horror centenas de bilhões de libras sendo despejadas para resgatar estabelecimentos financeiros fajutos e cobrir bônus milionários para seus executivos, pouca menção é feita às centenas de bilhões de libras que continuam a ser despejadas na máquina de guerra global, que tira milhares de vidas a cada dia.”
“A menos que a ocupação, em todas as suas formas, seja vista como uma manifestação repugnante da ambição humana e desejo de subjugar… e a menos que cuidemos para que a pobreza, a doença, o analfabetismo e a injustiça social sejam combatidos corretamente e de maneira responsável, nós jamais seremos capazes de solucionar a crise na qual o mundo está mergulhado pelo fracasso de suas principais políticas econômicas e instituições.”
Climate Camp: “Nós temos como alvo a mais séria tentativa no curto prazo por parte de líderes mundiais de colocar a ideologia econômica à frente da realidade física, o uso de complexos mercados de carbono para tentar solucionar as mudanças climáticas.”
“Além disso, este ano verá um novo acordo global para limitar as emissões o qual, sem grande polêmica, será um desastre ao estilo europeu e baseado no mercado.”
“Colocar a sociedade em um novo rumo vai exigir um movimento social de escala global para mudar as ideias econômicas dominantes e implementar soluções que funcionem e ao mesmo tempo sejam socialmente justas. O dia 1º de abril (data do encontro do G20) será mais um passo importante nesta direção.”
G20 Meltdown: Os principais objetivos desse movimento são tirar os banqueiros do poder, livrar o mundo de políticos corruptos, garantir emprego, moradia e um futuro para todos, tornar as pessoas patriotas pelo planeta, e não por países, acabar com o caos climático e fazer com que o capitalismo vire história. A coalizão planeja um protesto para o meio-dia na quarta-feira na City, o centro financeiro da capital britânica.
“Nós pedimos aos ministros do G20 que confessem seus erros e admitam que seu domínio global –o domínio do capitalismo financeiro– é o problema, não a solução para a atual crise econômica, ecológica e política.”
“Enquanto neste momento há 2 milhões de desempregados somente na Grã-Bretanha, os ministros do G20 ainda resistem em nacionalizar os bancos e continuam a despejar trilhões no buraco sem fundo das dívidas podres dos banqueiros.”
“Esses ministros devem dar lugar a governos pelo povo, para o povo e do povo ao redor do planeta.”
“Sejamos patriotas pelo único país que temos: o Planeta Terra. Somente assim poderemos responder adequadamente à mensagem dos cientistas do clima sobre o perigo para a nossa biosfera, investindo em vida para nossos netos, não em morte e em guerras por petróleo.”
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