Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Emprego na indústria registra a maior queda desde 2001


Agência Estado

 

RIO DE JANEIRO – O emprego industrial no País em março deste ano comparado com mesmo período de 2008 caiu 5%, anunciou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior queda nesse tipo de comparação apurada pelo IBGE desde o início da série da pesquisa, em 2001. Comparada com fevereiro deste ano, a taxa caiu 0,6%, sendo o sexto resultado negativo na comparação em base mensal.

 

No acumulado do primeiro trimestre de 2009, o emprego industrial recuou 4% ante igual período de 2008, o que também caracteriza o maior recuo histórico apurado na série da pesquisa do IBGE. A queda trimestral no emprego interrompe uma sequência de dez trimestres de taxas positivas, segundo o IBGE.

 

O valor da folha de pagamento real da indústria caiu 2,5% em março ante fevereiro. Na comparação com março do ano passado, o valor total da folha de pagamento industrial recuou 2,2%. O número de horas pagas na indústria também mostrou resultados negativos em março, com recuo de 0,9% ante fevereiro, o que representa a sexta queda consecutiva ante mês anterior, e retração de 5,6% ante março do ano passado, na quinta taxa negativa consecutiva nessa base de comparação.

 

A queda de 5% reflete recuos em todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE e em 14 dos 18 setores industriais. Entre as regiões, os destaques de queda no emprego ficaram com São Paulo (-4,0%), região Norte e Centro-Oeste (ambas com -8,6%) e Minas Gerais (-6,2%).

 

Em termos setoriais, ainda ante março do ano passado, os principais destaques negativos no emprego foram vestuário (-8,6%), máquinas e equipamentos (-8,2%), calçados e artigos de couro (-10,3%) e meios de transporte (-7,0%). Por outro lado, papel e gráfica (7,0%), refino de petróleo e produção de álcool (3,5%), minerais não metálicos (0,8%) e indústria extrativa (0,5%) registraram resultados positivos.

 

Para o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, a desaceleração abrupta da produção da indústria a partir de outubro do ano passado rebateu imediatamente no mercado de trabalho e os efeitos se agravaram nos últimos meses. “Há uma transmissão bastante rápida da queda na produção para o mercado de trabalho, porque a desaceleração na atividade foi rápida e intensa”. Segundo ele, em seis meses o emprego no setor teve um recuo acumulado de 5,8%.

 

De acordo com Macedo, a queda na folha reflete uma base de comparação elevada em março do ano passado, mas está relacionada também ao número menor de contratações e à redução no pagamento de horas extras no setor.

 

O emprego industrial no País em março deste ano, comparado com mesmo período de 2008, caiu 5%, segundo o IBGE. É a maior queda nesse tipo de comparação apurada desde o início da pesquisa, em 2001.