Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Emprego cresce 4,6% na indústria

Primeiro aumento desde 2004 foi motivado por maior produtividade

Jacqueline Farid, RIO

Impulsionado pelo aquecimento da produção, o número de ocupados na indústria cresceu 4,6% em 2007 em relação ao ano anterior. Esse é o primeiro aumento na ocupação no setor apurado na Pnad desde 2004. Na contramão do vigor manufatureiro, a agricultura continuou cortando mão-de-obra. A ocupação na atividade caiu 4% na comparação com 2006.

A gerente da Pnad Maria Lucia Vieira destacou que, embora não seja o setor que mais emprega no País – posto ocupado pela área de serviços -, a indústria abre vagas de qualidade elevada, com carteira assinada e salários mais altos.

O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, disse que a indústria voltou a gerar um grande número de empregos respondendo ao forte aumento da demanda doméstica, que levou também a um aumento na produção.

O economista Fabio Romão, da LCA Consultores, acredita que a evolução das contratações na indústria está relacionada não só ao aquecimento da atividade no setor, mas também ao elevado nível de investimentos dos últimos anos.

Quanto à agricultura, Maria Lucia afirmou que a queda no número de empregados, que tem representado uma mudança estrutural no Brasil, está relacionada sobretudo ao avanço da mecanização. Mas destacou as iniciativas para redução do trabalho infantil, já que boa parte das crianças ocupadas está no campo.

Enquanto a indústria aumentou sua participação no total de ocupados no País, de 14,6% em 1997 para 15,3% no ano passado, a agricultura reduziu a sua fatia de 24,4% para 17,5%. No ano passado, havia 13,8 milhões de ocupados no setor industrial no País. Em apenas um ano, a indústria aumentou em 610 mil o número de contratados. Por outro lado, o setor agrícola chegou a 2007 empregando muito mais gente que a indústria, 16,6 milhões, mas com decréscimo de 684 mil pessoas em relação a 2006. Entre as regiões, só o Centro-Oeste elevou (em 4%) o número de vagas no campo de um ano para o outro.

A região com maior porcentual de trabalhadores na indústria no ano passado era o Sul (18,4%), enquanto a menor fatia estava no Nordeste (10%). A maior participação do setor agrícola no total de ocupados ocorreu no Nordeste (32,5%) e a menor, no Sudeste (8,9%).

Embora a indústria tenha se destacado no ano passado, as atividades de comércio e serviços continuam sendo as maiores empregadoras do País. Em 2007, havia 16,3 milhões de pessoas trabalhando no comércio (aumento de 3,6% ante o ano anterior) e mais que o dobro, ou 37,7 milhões, atuavam nos serviços (alta de 1,9%).

Conforme a Pnad, o setor de serviços lidera em número de empregados em todas as regiões. No total do País, respondia por 42% dos ocupados em 2007, fatia superior à apurada em 1997 (37,9%). O comércio também elevou a participação para 18,2%, ante 15,9% em 1997.

O setor de construção foi o único que manteve praticamente inalterada sua participação no total de ocupados no ano passado (6,8%) em relação a 1997 (6,9%). Mas, na comparação com 2006, também elevou, em 4,6%, o número de ocupados, chegando à marca de 6,1 milhões de empregados.

ONDE ESTÁ O EMPREGO

42% dos trabalhadores brasileiros estão no setor de serviços

18,2% trabalham no comércio

17,5% dos trabalhadores estão empregados na agricultura