Presidida por Miguel Torres, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/FS) reuniu sua diretoria executiva nesta quarta, 19 de julho, em Florianópolis/SC, para debater a conjuntura econômica e política do País e definir ações metalúrgicas em âmbito nacional de resistência às reformas Trabalhista (já sancionada) e da Previdência.
“Os sindicatos e as federações da CNTM têm o compromisso de levar à base metalúrgica, no País todo, informações sobre as recentes mudanças ocorridas na legislação trabalhista, fortalecer a luta de resistência contra os prejuízos que estas reformas causarão para os trabalhadores e garantir avanços nas convenções coletivas”, diz Miguel Torres, presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical.
Também participaram da reunião os presidentes da Federações filiadas à CNTM.
DIAP
O jornalista Marcos Verlaine, analista político do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), fez um balanço do período recente da história do Brasil: manifestações coletivas de junho/julho de 2013, reeleição de Dilma Rousseff, edição das MPs 664 e 665 e impeachment da presidente petista, Temer presidente, congelamento dos investimentos sociais e reformas impopulares (Terceirização, Trabalhista e Previdenciária), recessão, deflação, juros altos, desemprego e atual crise política.
“Defendo que os dirigentes sindicais tenham, por intermédio da Formação e Educação Política, uma percepção maior sobre os fatos recentes, reconhecendo que o mercado tem dominado o cenário político e econômico do País, e estudem detalhadamente a nova CLT que, na verdade, passou a ser uma Consolidação das Leis do Capital”, disse Marcos Verlaine.
DIEESE
O economista Thomaz Ferreira Jensen, da subseção do Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes, defendeu que o movimento sindical se prepare bem para as campanhas salariais, neste novo contexto de crise com alterações na legislação trabalhista, e invista forte na organização junto à base, na união e na solidariedade de classe. Ele destacou a Jornada Nacional de Debates do Dieese e o Curso sobre o Sistema Brasileiro de Relações de Trabalho e os impactos da Reforma Trabalhista. “São atividades importantes para os sindicatos conhecerem as novas estratégias patronais e as melhores práticas sindicais de resistência, evitar retrocessos e permitir avanços”, disse.
Thomaz finalizou alertando que a burguesia tem uma agenda, do ajuste estrutural, com apoio de organizações como o parlamento, a mídia, o judiciário e a polícia, tem um método, que é o do medo, do desemprego e da repressão, e tem os valores do capitalismo e do neoliberalismo. “É preciso colocar a riqueza do trabalho a serviço da população, o que sintetiza o conteúdo do que seria uma `Revolução Brasileira´. São necessárias organizações que combinem a luta dentro da ordem e contra a ordem. É preciso múltiplas organizações para fazer isto”, diz Thomaz.