Do G1, em São Paulo
Em seis regiões metropolitanas, desempregados são mais de 3 milhões.
Comércio desbancou indústria e passou a demitir mais.
A taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas do país voltou a crescer em março e atingiu 15,1%, segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a fundação Seade. Foi a terceira alta consecutiva do indicador, que havia ficado em 13,9% em fevereiro.
Segundo a pesquisa, 3 milhões de pessoas estão desempregadas nas regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e no Distrito Federal. São 254 mil pessoas a mais do que no mês anterior – resultado da eliminação de 143 mil postos de trabalho e da entrada de 110 mil pessoas no mercado de trabalho.
Seade e Dieese destacam que a alta do desemprego é usual para o período, mas que “a intensidade verificada neste mês foi a maior de toda a série da pesquisa”, em 1998. Em março de 2008, a taxa foi de 15,0%.
A pesquisa também observou que o total de pessoas ocupadas nas seis regiões foi estimado em 16,964 milhões de pessoas. Já a população economicamente ativa soma 19,9 milhões.
Regionalmente, o desemprego teve maior crescimento nas regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre. Ainda assim, as maiores taxas de desemprego foram verificadas no Recife (20,3%) e em Salvador (20,1%).
O aumento do desemprego foi mais sentido no comércio, onde 145 mil postos de trabalho foram eliminados. Na indústria, houve corte de 30 mil vagas. Já a construção civil abriu 15 mil postos de trabalho e outros setores, 23 mil.
São Paulo
Em São Paulo, a taxa de desemprego também cresceu pelo terceiro mês consecutivo, passando de 13,5% em fevereiro para os atuais 14,9%. A intensidade do aumento só é comparável à observada no início dos anos 1990, segundo a pesquisa.
Na região metropolitana da capital paulista, 93 mil vagas foram eliminadas e outras 61 mil pessoas entraram no mercado de trabalho – aumentando em 154 mil pessoas o número de desempregados.
A indústria, que vinha sendo a grande responsável pelas demissões, parou de eliminar vagas. Mas foi desbancada pelo comércio, que reduziu o número de postos em 112 mil.
Nos últimos 12 meses, o contingente de desempregados teve acréscimo de 68 mil pessoas, resultado da eliminação de 29 mil postos de trabalho e do aumento do número de pessoas que passaram a integrar a força de trabalho da região (39 mil).