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Fonte: Agência Estado
A taxa de desemprego surpreendeu os economistas ao cair de 6,90% em julho para 6,70% em agosto, o melhor resultado mensal desde o início da série histórica da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março de 2002. Desde o início da série, tradicionalmente, as menores taxas eram registradas em meses de dezembro. “O viés para o quarto trimestre é ainda mais otimista. Não devemos nos surpreender se a taxa no final do ano romper para abaixo da faixa de 6%, podendo se situar em 5,8%”, disse o economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a taxa havia sido de 6,8%.
Na média de janeiro a agosto, acrescenta o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, a taxa é de 7,2%, também a menor para o período da série histórica e inferior à média registrada de janeiro a agosto de 2009 (8,5%). “Há um conjunto de dados com resultados muito positivos”, disse ele, que embora seja menos enfático quanto o economista da Prosper, explicou que a série histórica mostra que, de setembro a dezembro, as taxas costumam ser menores ou iguais às apuradas em agosto, já que há aquecimento do mercado de trabalho nos últimos meses do ano.
Em agosto, explica Azeredo, a taxa caiu, pois o número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) recuou com as vagas geradas no mercado de trabalho. Em relação a julho, o número de ocupados aumentou 0,5%, com a geração de 115 mil vagas. Na comparação com agosto do ano passado, a ocupação aumentou 3,2%, com a geração de 691 mil vagas. O número de desocupados caiu 2,6% em agosto ante julho (menos 43 mil pessoas) e teve queda de 15,3% (menos 289 mil pessoas) ante agosto de 2009, mas ainda soma 1,6 milhão de pessoas nas seis principais regiões metropolitanas do País.
O emprego com carteira assinada voltou a crescer em ritmo tão forte quanto nos meses anteriores à crise econômica de 2008, segundo Azeredo. O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 0,4% em agosto ante julho (mais 44 mil vagas formais) e subiu 7,2% ante agosto do ano passado (mais 685 mil vagas).