Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Desemprego aumenta em São Paulo

 


Taxa subiu de 13,5% em fevereiro para 14,6% em março. Comércio foi o setor que mais demitiu

 

Luciele Velluto, luciele.velluto@grupoestado.com.br

 

O nível de desemprego na região metropolitana de São Paulo subiu de 13,5% em fevereiro para 14,9%, em março, segundo Pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicas (Dieese). Desta vez, não foi a indústria que elevou a taxa, como ocorreu nos meses anteriores, mas o comércio, que aparece no levantamento com eliminação 112 mil postos de trabalho no último mês ante fevereiro, uma retração de 7,6%.

 

De acordo com o supervisor de pesquisas do Dieese, Sérgio Mendonça, as demissões no comércio foram influenciadas pela sazonalidade, isto é, nos meses de fevereiro e março ocorrem ajustes no nível de emprego no setor, o que acaba provocando demissões, e também pela crise econômica internacional. “Em março não é inesperada uma queda no nível de emprego, mas o tamanho do acerto desta vez é preocupante”, diz.

 

Na comparação com março de 2008, o comércio já perdeu 102 mil vagas de trabalho, o que resulta na queda de 7% do nível de emprego na área.

 

A indústria apresentou estabilidade em relação a fevereiro, com a geração de mil vagas na Grande São Paulo, mas ainda tem saldo negativo de 68 vagas em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

No setor de serviços foram abertos 3 mil novos postos de trabalho em março, com um saldo positivo de 109 mil contratações em relação ao mesmo mês de 2008.

 

No geral, também houve crescimento do nível de desemprego, pois foram incluídas na condição de desocupados 154 mil pessoas, sendo 93 mil vagas eliminadas e mais 61 mil trabalhadores que entraram no mercado em busca de oportunidade no último mês.

 

No entanto, na análise em comparação com o mesmo período de 2008, o nível de desemprego se mantém. “Os postos de trabalho que foram abertos nos últimos 12 meses foram perdidos. Estamos no mesmo patamar de março no ano passado”, diz Mendonça.

 

Segundo a pesquisa, houve melhora na qualidade de emprego e na renda do trabalhador. Na comparação com março do ano passado, o último mês apresentou 3,8% a mais de empregos com carteira assinada. Já o rendimento médio mensal dos ocupados cresceu 1,6% em fevereiro ante o mesmo mês de 2008. “Com a inflação baixa, isso é positivo, pois o salário do trabalhador não está sendo corroído e mantém o consumo em alta”, explica o supervisor do Dieese.

 

Mendonça afirma que é difícil de prever como o ano deve se encerrar. “Acredito que andaremos de lado, ou seja, devemos manter o mesmo número de vagas após esse ajuste. A questão é que cada vez entram mais pessoas no mercado e se este não absorve com a criação de postos de trabalho, o desemprego tende a crescer”, diz.

 

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de São Paulo, Ricardo Patah, a pesquisa não condiz com o número de homologações realizadas no período pela entidade. “O que percebemos é que há uma grande troca de trabalhadores para a mesma vaga, mas não eliminação de postos. O setor de vestuário, por exemplo, tem muita vaga aberta no momento”, afirma.

 

PREOCUPAÇÃO

 

Em março, é normal queda no emprego, mas foi maior essa vez e é preocupante”,

 

SÉRGIO MENDONÇA, SUPERVISOR DE PESQUISAS DO DIEESE