Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Demissões devem recuar 29% em micro e pequena empresa



Pesquisa realizada com Micro e pequenas indústrias do Estado de São Paulo aponta que haverá redução de 29,3% no número de demissões no próximo trimestre, em relação ao segundo trimestre de 2009. O estudo realizado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), com 1.068 empresas com até 50 funcionários, mostra que, no segundo trimestre, 35,3% das empresas afirmam ter realizado demissões, enquanto no terceiro trimestre apenas 6% das empresas afirmaram que pretendem demitir funcionários. Destes 6%, a maioria, 57%, corresponde a empresas que empregam de 10 a 29 trabalhadores.

 

O presidente do Simpi, Joseph Couri, justificou a redução das demissões: “A falta de crédito no primeiro semestre e o temor da crise fizeram todos ´puxarem o freio de mão´ . Agora as empresas retomam a confiança”, explicou

 

O estudo compara também a quantidade de empresas que realizaram contratações no segundo trimestre, que chegou a 29,3%, em relação ao terceiro trimestre, no qual 19,8% das empresas devem realizar novas contratações. Das empresas que pretendem contratar, 60,9% possuem de um a nove funcionários.

 

Se somados os dados que apontam a redução significativa das demissões do segundo para o terceiro trimestre – de 29,3% -, com a redução de contratações – de 9,5% -, o estudo revela que haverá manutenção da capacidade ocupada em 54,3% e crescimento em 8,6% das empresas.

 

O presidente do Simpi atribui a projeção de crescimento da capacidade ocupada à medidas feitas pelos governos federal, estadual e municipal. “Isto acontece devido a várias medidas que estão chegando na ponta, políticas de isenção tributária, de fortalecimento do mercado interno, de redução das taxas de juros e de aumento do crédito de forma pragmática. O aumento do poder aquisitivo das pessoas que estão trabalhando, que está acima da inflação, também contribui, pois aumenta o poder de compra e o consumo”, explicou.

 

Couri disse que medidas como o fundo garantidor de crédito ao micro e pequeno empresário, que representa uma nova opção de crédito às empresas, e o Cartão BNDES, apesar de não serem tão abrangentes, também são responsáveis pelo otimismo do setor para o segundo semestre.

 

Outra questão abordada pela pesquisa foi referente às dificuldades que os micro e pequenos empresários acreditam ter que enfrentar nos segundo semestre. A maioria deles , ou 35,3%, acredita que a maior dificuldade no segundo semestre de 2009 será a incerteza; 27,6% temem principalmente a queda nas vendas no segundo semestre; a falta de crédito foi a maior dificuldade apontada por 6% das empresas, seguida da carga tributária, citada por 3,5%. Das 1.068 empresas consultadas, 14,7% disseram não ter previsão de dificuldade no segundo semestre do ano.

 

Couri afirmou que a crise financeira internacional influenciou no faturamento das micro e pequenas indústrias do estado no primeiro semestre. Ele disse que empresas ligadas ao mercado internacional tiveram redução de faturamento de 50%, enquanto empresas ligadas ao mercado interno apresentaram redução de 10% do faturamento.

 

A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 8 de julho de 2009, com 1068 empresas, sendo que 67,2 % empregam de um a nove trabalhadores, 26,8 % empregam de 10 a 29 e 6,0 % empregam de 30 a 50 trabalhadores.

 

priscila yazbek