A defesa de conteúdo nacional para o setor de óleo e gás une e mobiliza entidades sindicais e empresariado do setor produtivo. Encontros, reuniões e outras iniciativas vêm marcando esse esforço, que tem basicamente dois objetivos: a) Defender a indústria nacional ante a forte desnacionalização do segmento; b) Garantir e gerar empregos.
Eventos – Dia 23 de janeiro, aconteceu em São Paulo ampla reunião entre a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e entidades da Engenharia de todo o País. Havia um forte sentimento de desconforto dos empresários ante decisões do governo favoráveis a empreendimentos multinacionais. Participou também o deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que é presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Engenharia e do Desenvolvimento Nacional.
Quinta última, dia 2, a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e o Sindimaq (sindicato dos fabricantes de máquinas) se reuniram com Eliseu Padilha (ministro-chefe da Casa Civil), buscando preservar espaço para a indústria brasileira. O atual governo, que tende à desnacionalização, poderia ter decidido na segunda (6) sobre o grau de conteúdo nacional para o setor.
Miguel Torres, presidente da CNTM, afirmou à Agência Sindical: “Estamos muito preocupados. O conselho governamental que trata do tema cogita reduzir o conteúdo nacional para algo entre 18 e 20%, o que seria desastroso para o emprego e a indústria. Alertamos o ministro Padilha e pedimos que o governo tenha critérios justos, porque, do contrário, a indústria nacional sofrerá mais um baque”.
Repercussão – O debate sobre conteúdo nacional no setor de óleo e gás chegou à mídia. Domingo (5), o blog do jornalista Luis Nassif, especializado em economia, entrevistou o presidente executivo da Abimaq/Sindimaq, José Velloso, que chamou atenção sobre a 14ª Rodada de Licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás natural, que deve acontecer em breve. A derrubada do conteúdo nacional, para o líder empresarial, é “crime de lesa-pátria”.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, publicou segunda (6) artigo na página A3 da Folha de S.Paulo, em que cita índices positivos acerca do conteúdo nacional. “De 2004 a 2014, determinado conjunto de setores industriais fornecedores para esse mercado gerou R$ 19 bilhões em investimentos e 65 mil novos postos de trabalho”. E conclui: “A defesa da indústria brasileira, independentemente de sua origem e capital, é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do País”.
Série – A Agência Sindical vai ouvir sindicalistas, economistas e setores da Engenharia, com enfoque de defesa do conteúdo nacional e da indústria brasileira.
Fonte: Agência Sindical