Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CSN

CSN expôs famílias a metais pesados, diz governo do Rio

Segundo secretaria, funcionários da companhia vivem em área contaminada

Terreno tem substância cancerígena, aponta laudo; companhia diz que não há perigo para os moradores

Folha de S.Paulo
DIANA BRITO
DO RIO

Um terreno cedido pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para funcionários construírem suas casas em Volta Redonda (RJ) está contaminado com metais pesados e substância cancerígena, acusou ontem o governo fluminense.

Análise feita por um órgão estadual afirma que o solo da área onde vivem hoje 2.200 pessoas representa risco à saúde dos moradores.

“Tem um monte de gente morando em cima de um coquetel de lixo químico”, disse Carlos Minc, secretário estadual do Ambiente.

Minc classificou a contaminação do terreno como “gravíssima” e disse que a companhia pode ser multada em até R$ 50 milhões.

A CSN alega que estudos contratados por ela mostram que não há perigo aos moradores.

RISCOS

De acordo com o governo do Estado, pelo menos 750 moradores do condomínio Volta Grande 4 devem sair imediatamente do local.

Alguns relatam a ocorrência de problemas respiratórios, mas, de acordo com Minc, não é possível dizer se os moradores “estão doentes ou não”. Eles devem passar por avaliação médica.

Para especialistas, pessoas submetidas à exposição de metais pesados precisam ser acompanhadas por um longo período.

Os metais são usados no processo siderúrgico e incluem cádmio, cromo, chumbo e ascarel -óleo cancerígeno que resulta da mistura de derivados de petróleo.

O secretário do Ambiente informou que há plantações de acerola, laranja e coco para consumo dos moradores no terreno contaminado.

O governo notificou o Ministério Público e a 3ª Vara Cível de Volta Redonda, para eventuais ações judiciais.

Minc disse que também cobrou da CSN a remoção do lixo siderúrgico enterrado, a indenização e a análise clínica dos moradores.

HISTÓRICO

Parte do terreno serviu como depósito de resíduos siderúrgicos entre 1986 e 1999.

A primeira suspeita de que a área estaria contaminada surgiu em 2004, após denúncias de moradores.

O governo do Estado informou que não vistoriou a região na época porque “não existia metodologia específica em caráter nacional para fazer a avaliação”.

O terreno contaminado fica próximo ao rio Paraíba do Sul, que abastece grande parte do Estado. Mas não há comprovação de que ele foi atingido pelos resíduos, disse o secretário do Ambiente.

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