Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Crise obriga Vale a demitir 1.300 trabalhadores

A EMPRESA DE MINERAÇÃO ANUNCIOU TAMBÉM FÉRIAS COLETIVAS PARA 5.500 FUNCIONÁRIOS, 80% DELES SÃO DE UNIDADES INSTALADAS EM MINAS GERAIS

A Vale, mineradora que é a maior empresa privada da América Latina, anunciou ontem a demissão de 1.300 trabalhadores em unidades da empresa no mundo todo.

Não foi divulgado o número exato de demissões entre os funcionários da empresa no Brasil, mas 20% (aproximadamente 260) dos empregados demitidos são de unidades da empresa localizadas no Estado de Minas Gerais.

A Vale também anunciou ontem férias coletivas graduais para 5.500 empregados que teriam começado no dia 1º de dezembro. Não foi divulgado o período exato das férias. Entre os trabalhadores que param de trabalhar, 80% (aproximadamente 4.400) faz parte das unidades da empresa em Mina Gerais. No total, a companhia de mineração possui 62 mil funcionários em todo o mundo.

Por meio de sua assessoria a empresa confirmou que o principal motivo para as demissões é a crise econômica que afeta as economias de todo o mundo. “O setor mineral vem atravessando uma grave crise decorrente da redução das encomendas das siderúrgicas”, afirmou a companhia.

A empresa diz que não pretende perder seus trabalhadores, que seriam “treinados e especializados”. “A Vale está trabalhando para evitar demissões ou demitir o mínimo possível”, diz a nota. Uma das medidas teria sido a recolocação de 1.200 funcionários, que estariam em treinamento para atuar em outras atividades dentro da companhia.

Mais demissões?

Para o Metabase (Sindicato dos dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira, MG), a empresa pode anunciar até 10 mil novas demissões ainda em 2008. Segundo o presidente do sindicato, Paulo Soares de Souza, pelo menos 80% dessas demissões seriam em Minas Gerais. “Só ontem registramos 80 demissões em Itabira”, disse Soares.

Entre outras medidas para manter os postos de trabalho, ele sugere a redução da jornada e até mesmo a reestatização da Vale caso as demissões em massa realmente se concretizem.

(Bruno Saia)