Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

CNTM

Consciência negra, consciência humana

“Eu me orgulho de ser negra, nunca cogitei que pudesse ser de outra cor. Temos que lutar pela igualdade de fato”. O dia da consciência negra tem que, na verdade, ser o dia da consciência humana porque nós negros sabemos quem somos e a origem da nossa raça.

Os fatos que ocorreram neste ano de 2014, dentro dos campos de futebol, deram origem a várias discussões sobre o preconceito no nosso país, mas por outro lado, foram banalizados em redes sociais onde se replicaram mais rápido do que o diálogo sobre como a sociedade brasileira pode caminhar para a igualdade racial de fato.

As atitudes preconceituosas ocorrem, não só no futebol, mas em todos os locais e relações, a rotina é o que assusta e causa tristeza. As políticas afirmativas têm sido colocadas pelos governos porém os resultados não aparecem, exemplo são que se morrem muito mais jovens negros por crimes violentos do que de outras etnias. Essa realidade tem que ser alterada e é por isso que a luta de Zumbi dos Palmares reverbera ainda hoje.

A voz da população negra brasileira precisa ser ouvida e nós como mulheres temos feito isso. A Marcha das Mulheres Negras, programada para 2015, vai levar para a rua o nosso grito de igualdade e de não retrocesso. Os brasileiros precisam olhar para trás, ver a nossa história e compreender que a raça negra foi e é fundamental para a nossa brasilidade.

Maria Rosângela Lopes
Presidente do SINDVAS e da FEMETAL/MG