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Comércio cresce sem regras, aponta evento na Baixada

DCI

SANTOS – A Federação dos Empregos no Comércio do Estado de São Paulo (Fecomerciários) e seus 65 sindicatos afiliados realizaram o 19º Congresso Sindical do Comerciário, de quinta-feira a sábado, em seu Centro de Lazer em Praia Grande (SP). Com o tema “Ações Sindicais, Políticas e Cidadãs”, o evento foi aberto pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Foram palestrantes: Dr. Lair Ribeiro, José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), Antônio Rogério Magri (ex-ministro do Trabalho) e Roberto Cabrini (jornalista do SBT), entre outros.

Luiz Carlos Motta, presidente da Federação e coordenador-geral, explica o porquê da escolha do tema: “O sindicalismo comerciário é organizado. Exerce um papel muito bem articulado que garante o pagamento de salários dignos, desperta a consciência política e gera ações cidadãs. Ou seja, defende os interesses dos comerciários e dos práticos de farmácia do Estado de São Paulo alicerçado neste tripé cujos resultados serão abordados no 19º Congresso”.

Maria Augusta (Lia), presidente do Sindicato dos Comerciários de Votuporanga e coordenadora executiva, disse que as seis palestras concebidas permitem o desdobramento do tema central em outras reivindicações pertinentes aos comerciários e aos práticos de farmácia.

Lia explica: “Campanha salarial, pagamento de PLR, redução da jornada de trabalho, regulamentação da profissão, informalidade e terceirizações vão compor os debates acerca das ações sindicais.”

“Quanto às ações políticas e cidadãs, o mote será o exercício do voto consciente, que remete ao trabalho da Federação pela erradicação do trabalho infantil e pela inclusão dos excluídos no mercado de trabalho”, conclui.

A Fecomerciários representa cerca de 1,5 milhão de comerciários e práticos de farmácia do Estado de São Paulo e, a exemplo dos anos anteriores, o 19º Congresso vai tirar deliberações, previamente submetidas à avaliação da assembléia.

“São essas deliberações que vão balizar as lutas comerciárias, como se viu em 2009, com a assinatura da ´Carta de Praia Grande´, documento que muito colaborou para o avanço da luta pela regulamentação da profissão de comerciário”, lembra Motta.

Terceiro empregador

Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta a que os comerciários representam 18,6% do total da força de trabalho no País (total de 34,5 milhões de trabalhadores), dos quais apenas 7,3 milhões têm carteira assinada (dados do Ministério do Trabalho e Emprego). O setor do comércio é o terceiro maior empregador; só perde para os setores de serviços e indústria.

Em 2009, o comércio abriu 297.157 novas vagas de trabalho formal, cerca de 30% do total de postos gerados na economia no ano passado (995.110). Quando comparados aos de outras atividades, os resultados do setor são ainda mais animadores, visto que a construção civil contratou 177.185 novos trabalhadores, e a indústria, 10.865. De janeiro a abril de deste ano, foram criadas 74.039 novas vagas no comércio.

Jornada de trabalho

Os trabalhadores do comércio têm em média uma jornada de trabalho de 46 horas semanais nas regiões metropolitanas, segundo o Dieese.

A extensa jornada de trabalho continua sendo um dos principais problemas no setor. Em 2009, o comércio registrou a maior jornada média semanal praticada em quase todas as regiões metropolitanas pesquisadas, quando comparada com a dos demais setores de atividade.

A remuneração média dos trabalhadores do comércio ficou entre R$ 625 (em Recife) e R$ 1.078 (no Distrito Federal). No entanto, a receita gerada pelas vendas do setor cresceu 10% em 2009.

da sucrusal de Santos