Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Codefat é ampliado, mas presidência segue rotativa

Governo recua de fixar ministro à frente do conselho

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo ampliou o número de assentos do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) -colegiado responsável pela gestão de um patrimônio de R$ 180 bilhões-, mas recuou na proposta de acabar com a presidência rotativa do órgão.

Decreto publicado no “Diário Oficial” da União de ontem elevou de 12 para 18 o total de integrantes que compõem o conselho. A ampliação foi feita para acomodar as mudanças ocorridas no mundo sindical desde o ano passado, com a aprovação da lei que reconhece as centrais sindicais e com a fusão e a criação de novas entidades.

A nova composição do Codefat vinha sendo discutida pelo governo havia meses, mas enfrentava resistências por conta da intenção do ministro Carlos Lupi (Trabalho) de acabar com a presidência rotativa.

Lupi queria garantir exclusividade ao ministro do Trabalho, mas entre os conselheiros havia o temor de que isso representasse a criação de superpoderes para o ministro.

“Ainda defendo essa ideia, mas o presidente Lula avaliou a questão e disse que isso poderia causar problemas ao FAT no futuro, dependendo do governo e do ministro. Ele não quer entrar para a história como o presidente que fez isso”, declarou Lupi à Folha.

“Essa foi uma decisão do presidente, que tem todo o direito de fazer mudanças”, disse o atual presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato, da Força Sindical -central aliada ao PDT de Lupi. Com a presidência rotativa, as bancadas que integram o Codefat (compostas por trabalhadores, empresários e pelo governo federal) revezam-se no comando do órgão a cada dois anos.

Na nova composição, houve o acréscimo de dois conselheiros por bancada. Representam agora os trabalhadores: CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral de Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

A representação dos empresários ficou com as confederações da indústria (CNI), do comércio (CNC), da agricultura (CNA), do sistema financeiro (Consif), de serviços (CNS) e de turismo (CNTur).

O governo também tem seis representantes. Em agosto, haverá nova eleição para presidente, e a tendência é que a cadeira passe para a Confederação Nacional da Agricultura.

FGTS
O decreto também ampliou o número de integrantes do Conselho Deliberativo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que tem o ministro do Trabalho como presidente.