Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Cidade de São Paulo ganha participação no PIB após crise global

Folha SP

Serviços impulsionam economia paulistana, e municípios industriais enfrentam retração 

PEDRO SOARES

DO RIO

A crise global de 2009 freou a desconcentração econômica do país e fez os municípios mais fortes em serviços ganharem peso no PIB.

Já cidades mais dependentes da indústria (principalmente as exportadoras, de petróleo e de minério de ferro) e da agropecuária retrocederam com a queda do PIB desses setores naquele ano.

Com isso, São Paulo avançou e passou a representar 12% da economia do país em 2009 -0,2 ponto percentual a mais do que em 2008, variação significativa em apenas um ano, segundo o IBGE. A economia paulistana é a segunda maior do país: perde para a do Estado de São Paulo, mas supera a fluminense. 

Em 2009, quando o PIB caiu 0,3%, só o setor de serviços teve um desempenho positivo: 2,1%. Foi puxado pelo avanço da administração pública e do setor financeiro, concentrado na cidade de SP.

Para Júlio Miragaya, do Conselho Federal de Economia, a crise distorceu os dados de 2009, mas é possível que São Paulo se beneficie no longo prazo, já que a cada ano os serviços ganham peso na economia do país.

Para o economista, as cidades com vocação industrial tendem a se recuperar em 2010, mas algumas podem perder espaço em 2011 com a dificuldade para exportar e a competição dos importados.

Os serviços também impulsionaram as economias de Rio e Brasília -motor da administração federal e sede de bancos públicos, que aumentaram o crédito na crise.

O Rio foi ajudado pelo avanço de ramos da indústria voltados para o mercado interno (alimentos e bebidas).

Sheila Zani, coordenadora do PIB dos Municípios, diz que a turbulência global afetou tanto cidades pequenas (dependentes de produtos agrícolas, cujos preços caíram) como São Bernardo do Campo (SP), Guarulhos (SP) e Betim (MG), centros das indústrias automobilística e de máquinas e equipamentos.