Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Centrais querem governo de continuidade

Cibelle Bouças, de São Paulo

  

Em ano pré-eleitoral, as comemorações do Dia do Trabalhador ganharam caráter mais político que o normal. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, que juntas representam 59% do total de sindicatos filiados no país, optaram por descentralizar a comemoração do 1º de maio, mesmo com o orçamento menor em função da crise global. A CUT, que em 2008 concentrou os eventos em três municípios de São Paulo, optou neste ano oito municípios paulistas e 14 capitais do país. A Força ampliou as festividades de 12 para 23 Estados e de 15 para 17 municípios paulistas.

 

O avanço sobre as capitais tem dois objetivos claros. Um deles é fortalecer alianças com os futuros candidatos à presidência da República e aos governos estaduais. Oficialmente, dirigentes tanto da CUT como Força negam que já tenham um candidato definido.

 

“A CUT vai orientar o voto na continuidade do projeto democrático popular, desde que esse projeto aponte para mudanças. Não necessariamente vai apoiar a candidata Dilma”, afirma o presidente da CUT, Artur Henrique dos Santos Silva.

“Sempre deixamos a decisão sobre apoio aos partidos para uma época mais próxima da eleição”, disse o diretor nacional da Força Sindical, Miguel Torres. A CUT sinaliza apoio a candidatos que adotem mais mecanismos de democracia direta (como referendos e plebiscitos). A Força garante que apoiará quem ofereça garantias de continuidade dos projetos sociais do governo Lula.

 

O governo Lula foi extremamente favorável para as centrais, que além de ampliar o canal de negociações com o poder executivo, obtiveram a sua legalização, com o consequente recebimento de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), antes destinados apenas a sindicatos, federações e confederações. O recebimento do recurso, afirmaram os dirigentes, facilitou o financiamento dos movimentos sindicais.

 

Os recursos são distribuídos segundo a representatividade das centrais. Quanto mais sindicatos filiados, maior o repasse. Em 2008, 1.582 sindicatos (42,3% do total) se vincularam à CUT, que recebeu R$ 19,8 milhões; a Força teve 717 sindicatos filiados (19,2%) e R$ 15,1 milhões. Neste ano, a CUT perdeu participação, para 36,7% (1.656 filiados) e a Força subiu para 22,4% (1.011 sindicatos). A disputa por maior representatividade junto aos trabalhadores é o outro objetivo implícito na descentralização do 1º de maio. A seguir, os principais trechos das entrevistas.

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