Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Centrais iniciam pressão por aumento do salário mínimo

Começou ontem a batalha no Congresso por verbas para elevar o salário mínimo a um valor maior do que os R$ 538,15 propostos pelo governo. As centrais sindicais estiveram com o relator do projeto de lei do Orçamento de 2011, Gim Argello (PTB-DF), para pressionar por um aumento acima da inflação. A Força Sindical, por exemplo, propôs um piso de R$ 580. Argello, porém, empurrou a discussão para a semana que vem, quando os sindicalistas deverão encontrar-se com representantes do governo e da equipe de transição. Ele já arredondou o valor do mínimo para R$ 540, mas disse que está se esforçando para chegar a R$ 550.

O problema é o mesmo de sempre: cobertor curto. Gim disse que já recebeu pedidos de gastos além do previsto no Orçamento no total de R$ 30 bilhões. Por outro lado, a estimativa de arrecadação para 2011 também foi corrigida para cima, em R$ 17,7 bilhões. Ou seja, o relator só vai poder acomodar parte dos pedidos.

“É questão de decidir como vai gastar os R$ 17 bilhões”, disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho “Se vai melhorar o mínimo ou gastar em outras coisas.”

Pelos cálculos da assessoria técnica da Câmara, a proposta da Força Sindical elevaria as despesas em mais R$ 9 bilhões. Pelas contas do Ministério do Planejamento, a conta é maior: R$ 12 bilhões. O sindicalista, que também é deputado pelo PDT de São Paulo, disse que já tem prontas propostas de emendas ao Orçamento para elevar o mínimo, caso as negociações com o governo não prosperem. Nesse caso, a decisão será tomada com base no voto. “Aí vamos ver quem são os parlamentares a favor do trabalhador”, ameaçou.

Gim Argello disse que partiu do Executivo a proposta de antecipar para 2011 parte do reajuste do salário mínimo previsto para 2012. A ideia é rejeitada pelos sindicalistas, principalmente pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). O senador disse não saber se vai persistir nessa proposta. Tudo dependerá das conversas que terá com o governo e com a presidente eleita, Dilma Rousseff.

O presidente do Senado, José Sarney sinalizou que o valor do novo salário mínimo pedido pelas centrais sindicais tem chance de ser aprovado. “Nossa presidente Dilma já disse que vai fazer tudo para que o salário mínimo tenha um aumento substancial”, afirmou Sarney. “Mas evidentemente nós precisamos fazer as contas de maneira que mantenhamos o equilíbrio fiscal”, acrescentou.

Por outro lado, a oposição defende R$ 600, valor prometido pelo tucano José Serra durante a campanha eleitoral.

Agência Estado