Segundo o Dieese, o Sindifsco Nacional e o Ipea, computando desde 1996, a tabela está defasada em 88,6%. Se considerarmos somente o período de janeiro de 2003 a dezembro de 2017, essa diferença é de 35,10%.
De 1996 a 2001 e nos anos de 2003, 2004, 2016 e 2017, a tabela ficou sem correção. Entre 2007 e 2010, por força de um acordo rmado entre as centrais sindicais e o governo, a tabela foi corrigida, anualmente, em 4,5% – abaixo da inflação. O mesmo percentual foi aplicado até 2014. A última correção foi em 2015.
Se a tabela fosse corrigida em 88,6%, o limite de isenção do imposto para os trabalhadores, hoje, seria de R$ 3.589,00.
Se a correção fosse de 35,10%, esse limite seria de R$ 2.572,34. Mas sem correção, o valor está limitado em R$ 1.903,98. É uma diferença muito grande, que dá a dimensão de quanto os trabalhadores e a sociedade estão sendo onerados.
Mesmo assim, o governo insiste na sua campanha enganosa de dizer que falta dinheiro pra tudo, mais precisamente para as áreas essenciais e congelou os gastos públicos (por exemplo: em saúde e educação) por 20 anos.
Ou seja, temos um modelo tributário injusto, por conta de interesses que não são os que o Brasil precisa, que faz com que a cada ano mais trabalhadores – os que continuam empregados – que não pagavam imposto passem a pagar, e outros que já pagavam passem a pagar uma alíquota maior. Isso acaba com qualquer reajuste salarial conquistado, reduz poder de compra, diminui o consumo e piora a qualidade de vida da população.
Vamos mobilizar os trabalhadores nas fábricas, orientar para que eles olhem os seus holerites e vejam o quanto estão perdendo com a não correção da tabela e mostrar que a mordida do Leão é cada vez maior, que o trabalhador está perdendo renda enquanto o governo engorda seu caixa e utiliza os recursos tão sofridos da população para outros interesses que não os do bem-comum!
A luta faz a lei!”
MIGUEL TORRES
presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, vice-presidente da Força Sindical e um dos coordenadores do movimento Brasil Metalúrgico