(Reuters) – O Brasil entrou pela primeira vez no ranking das 50 economias mais competitivas do mundo, segundo a última edição do Relatório Global de Competitividade, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial.
Porém, o salto de cinco posições do país no ranking, passando de 53o para 48o, pode ser explicado mais pela exclusão do item “spread bancário” na pesquisa, do que pela melhora econômica do Brasil.
Segundo o relatório, na análise do ambiente econômico, o spread bancário foi excluído a partir deste ano, por ser considerado ineficiente para medir o grau de eficiência do setor bancário nos países, de maneira confiável e com comparabilidade internacional.
“A ausência deste indicador, sempre problemático para o Brasil, pode ter grande parcela de responsabilidade no salto de 53 posições dentro do pilar ´ambiente macroeconômico´, em que o país saiu da 115a colocação em 2011 para 62a este ano, e provavelmente também foi a principal causa para o ganho de cinco posições no ranking geral”, informou, em nota, a Fundação Dom Cabral, responsável pela coleta de dados no Brasil.
O ranking é liderado pela Suíça, Cingapura, Finlândia, Suécia e Holanda, nesta ordem.
Ainda assim, a instituição destacou a influência de algumas medidas do governo, como redução da taxa de juros, na melhora da colocação brasileira no ranking.
“Sem dúvida, as medidas tomadas pelo governo nos últimos meses, dentre elas a redução da taxa básica de juros da economia, teriam um retorno por si só favorável para a competitividade do Brasil, porém este fato não explicaria sozinho o grande salto observado no pilar”, explica, em nota, Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral.
PERDAS E DESAFIOS
Apesar de ter avançado posições no ranking, no quesito Inovação, o Brasil registrou um recuo, passando de 44a para a 49a colocação, devido principalmente a falta de mão-de-obra qualificada.
Além disso, fatores considerados historicamente como gargalos à competitividade do Brasil mantiveram o mau desempenho em 2012, como a qualidade da infraestrutura de transportes, na 79a posição, a qualidade da educação, na 116a posição, e o volume de taxação, na 144a posição.
Entre as dificuldades para a economia brasileira, o relatório indicou a baixa confiança nos políticos e de eficiência das políticas de governo.
(Por Roberta Vilas Boas)
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