Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Boscheanos reprovam pacote de demissões e exigem proposta decente

Metalúrgicos exigem proposta, no mínimo, igual aos acordos fechados na própria Bosch em 2009 e este ano na Volvo

Os cerca de 2500 metalúrgicos do 1º turno da Bosch, na Cidade Industrial de Curitiba, demonstraram unidade e indignação na porta de fábrica. Mobilizados, eles reprovaram em assembleia liderada pelo SMC (Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba) o pacote de demissões apresentado pela Bosch. A proposta consistia em 10% do salário por ano trabalhado para para cada um dos cerca de 400 metalúrgicos que poderão ser demitidos. Cada ano equivale a 10% do salário. O procedimento seria realizado em forma de PDV (Plano de Demissão Voluntária).

Logo após a recusa, os trabalhadores aprovaram uma contraproposta. Ela contempla, no mínimo: acordo de demissões igual ao de 2009 fechado na Bosch ou igual ao acordado na Volvo este ano (veja abaixo). O Sindicato também reforçou o recado de que não vai homologar rescisões de contrato até que seja apresentada uma proposta a altura da reivindicação dos boscheanos. “Esperamos que a rejeição da proposta faça com que a empresa reflita novamente de que precisa respeitar os trabalhadores, alguns deles até com 10 anos de casa”, afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka.

Entre os motivos alegados pela empresa estão: crise na Europa, adaptação ao novo Euro 5  e retração no mercado de motores a dieesel no país.
O Sindicato aguarda retorno da empresa para estar repassando mais informações aos metalúrgicos na próxima semana.

A fábrica da Bosch tem 3600 trabalhadores  e produz bombas injetoras para sistemas a diesel. A empresa possui mais três plantas no Brasil: duas em Campinas (SP) e uma em Aratu (BA).  As unidades instaladas no país fabricam produtos para o mercado de reposição, ferramentas elétricas, sistemas de segurança, termotecnologia, máquinas de embalagem e máquinas industriais, além de prestar serviços automotivos para montadoras.z

Bosch e Volvo
Esta não é a primeira vez que a Bosch demite em massa. Em julho de 2009, 826 trabalhadores foram demitidos. Após mobilizações em porta de fábrica e longa negociação entre Sindicat    o e empresa no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), os metalúrgicos receberam as seguintes indenizações: dois salários-base para quem tinha até 15 anos de empresa; 2,5 salários-base para quem tinha até 20 anos e três salários para aqueles que têm mais de 20 anos.
Já na Volvo, em julho deste ano, foi firmado acordo que prevê para os 52 trabalhadores demitidos além dos direitos previstos em lei,  um bônus de 2,5 a 4 salários nominais e mais a extensão do plano médico por 90 dias.

Alternativa
A demissão em massa na Bosch coloca em evidência uma alternativa muito usada em várias empresas na Grande Curitiba: o layoff. Neste tipo de acordo os trabalhadores ficam afastados, fazendo curso de qualificação profissional e recebendo o seguro desemprego. A empresa complementa o restante do salário, com garantia de manutenção do emprego.
Só em 2009, milhares de postos de trabalho foram salvos nas empresas Renault, Maflow e Alusur. Recentemente a GM (General Motors), em São José dos Campos (SP), firmou acordo de suspensão temporária de 4 meses com o sindicato local para alivio de 940 metalúrgicos.
 

Euro 5
Em virtude do Euro 5, várias empresas, entre elas a Bosch, estão passando por dificuldades para se adaptar ao novo motor. Isto por que ele é o sucessor dos atuais motores “Euro 3”, fato que está obrigando a industria brasileira do setor se adaptar a nova conjuntura. A determinação é do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), criado em 1986 pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). O objetivo é controle a qualidade do ar nos centros urbanos.

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