Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Bolsas têm pior crise desde o 11 de Setembro

CRISE MUNDIAL OCORRE POR CONTA DA QUEBRA DO QUARTO MAIOR BANCO AMERICANO E TAMBÉM POR PROBLEMAS COM GRANDES EMPRESAS NOS EUA.

NOVA YORK – As Bolsas americanas e os mercados em todo o mundo viveram ontem a maior crise desde os ataques terroristas contra as “torres gêmeas” do World Trade Center em Nova York, em 11 de setembro de 2001.

O motivo das quedas no mercado financeiro foi a crise iniciada nos EUA com a quebra do Lehman Brothers Holdings, o quarto maior banco de investimentos do país.

Os problemas enfrentados por outros dois gigantes financeiros americanos -o banco Merrill Lynch, que foi vendido para o Bank of America, e a seguradora AIG, que tenta empréstimo para continuar funcionando- também afetou os mercados, além do medo de que outras instituições também venham a quebrar.

A Bolsa de Nova York teve a sexta maior queda em pontos da sua história e a pior desde o 11 de Setembro, com os mercados nervosos após a confirmação do pedido de concordata do Lehman Brothers, da venda do Merrill Lynch e da tentativa da AIG de conseguir empréstimo para seguir funcionando, além do temor de que outras instituições possam quebrar.

O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, recuou 504,48 pontos, a sexta maior queda da sua história, ficando logo atrás da quebra de 1987, também conhecido como a “segunda-feira negra” -naquela ocasião, a desvalorização foi de 508 pontos. A queda foi a maior em pontos desde 17 de setembro de 2001, quando os mercado reabriram após os ataques terroristas aos EUA.

Em termos percentuais, o Dow Jones caiu ontem 4,42% -a maior desde 19 de julho de 2002.

Com as ações das instituições financeiras tendo quedas expressivas, apenas a Coca-Cola teve um dia positivo entre as 30 empresas que compõem o índice Dow Jones. Os papéis da AIG foram os que mais caíram (60,79%), seguidos pelos do Bank of America (que confirmou ontem a aquisição do Merrill Lynch) e do Citigroup.

Para Stephen Wood, estrategista da Russell Investment Group, as quedas de ontem “foram realmente no coração do sistema financeiro”. Segundo ele, “[ontem] será um daqueles dias que as pessoas vão dizer daqui a dez anos “você se lembra de onde estava?´.”

Concordata

Uma das principais notícias do dia foi a confirmação de que o banco Lehman Brothers entrou com o maior pedido de concordata da história.

Depois dos fracassos no final da semana das negociações com Bank of America e Barclays e da recusa do governo em garantir as suas futuras perdas, o Lehman recorreu ao capítulo 11 da lei de falências dos EUA, em que a empresa pode continuar negociando e tem tempo para reorganizar seus ativos e tentar um recomeço.

Mas, no caso do banco (cujas ações caíram 94% ontem), ele parece rumar à liquidação.

No documento, o Lehman disse que tinha, no final de maio passado, ativos de US$ 639 bilhões e dívidas de US$ 613 bilhões. (FSP e FOL)