A abolição da escravatura no Brasil no dia 13 de maio de 1888 é um exemplo de que a legislação, em muitos casos, não produz os efeitos esperados. A famosa Lei Áurea proibiu legalmente a escravidão, porém não previu formas de que as pessoas deixassem essa condição para trás e mais, não tratou de incorporar a igualdade nas bases da nação brasileira.
O resultado dessa omissão se traduz no racismo estrutural, nos índices de violência, analfabetismo, pobreza e outras mazelas que agridem de forma mais intensa a população preta do país.
A escravidão perdurou por cerca de 350 anos e terminou de forma legal há 134, ou seja, a nação brasileira (colônia, império e república) historicamente está muito mais perto do sistema escravagista do que de um país onde todos são livres, iguais e respeitados independentemente da cor da pele.
A análise dos efeitos do racismo no Brasil precisa levar esse fato em conta, porém não como determinante para somente lamentar e sim como uma força motriz de transformação.
É preciso que o Brasil reconheça os erros do passado e construa pontes para o futuro onde a igualdade racial seja um dos seus pilares básicos.
Maria Rosângela Lopes
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vale do Sapucaí-MG (SINDVAS)
Secretária de Assuntos Raciais da Força Sindical
Vice-presidente da Força Sindical Minas
Secretária de Relações Públicas da CNTM