Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Bancários do País iniciam greve


Categoria, que reúne 430 mil pessoas, recusa proposta de reposição apenas da inflação e reivindica aumento real

Paula Pacheco

Hoje começa a greve dos bancários de todo o Brasil. Em São Paulo, a decisão foi tomada em assembleia ontem à noite, com a participação de cerca de 1,5 mil trabalhadores. A paralisação será por tempo indeterminado. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, a proposta mais recente feita pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) previa apenas a reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 4,4%, e não fazia referência ao aumento real reivindicado pela categoria, que pede 5%. “Pedimos isso com base em contas, estamos dentro da realidade apresentada pelo sistema financeiro”, explica o sindicalista.

A partir de agora a proposta dos bancos pode ser apresentada em mesa redonda a qualquer momento. A categoria tem 430 mil bancários em todo o País; 134 mil na base de São Paulo, Osasco e região. Segundo Marcolino, em média, no primeiro dia de paralisação cerca de 15% da categoria costuma cruzar os braços e, com o passar dos dias, a adesão ganha reforços.

Além de brigar por um aumento real, o Sindicato dos Bancários reivindica a manutenção de uma cláusula antiga do acordo coletivo, a da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 5% a 15% do lucro líquido do banco. As instituições financeiras querem reduzir o teto para 4%. Outra exigência é o compromisso de garantia de emprego dos bancários que trabalham nas instituições que passam por processos de fusão (Itaú e Unibanco, Banco do Brasil e Nossa Caixa e Santander e Real). Na semana passada os bancários fizeram uma greve de advertência de duas horas.

METALÚRGICOS

Em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, a greve na Volkswagen-Audi completa hoje três semanas. Comenta-se no Ministério do Desenvolvimento que o ministro Miguel Jorge teria conversado ontem com Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, para que interfira nas negociações. Os cerca de 3.500 funcionários exigem aumento de 10%. A proposta da montadora é de um reajuste de 7,57%.

Ontem, os cerca de 7 mil metalúrgicos da Ford e da Volkswagen de Taubaté (SP) paralisaram os três turnos. Hoje eles voltam ao expediente e está marcada para segunda-feira a retomada das negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (ligado à Central Única dos Trabalhadores) e as montadoras. As empresas têm até 2 de outubro para fazer a proposta.