SÃO PAULO – As demissões provocadas pela crise ainda não cessaram. Na mesma semana da divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou saldo positivo nas vagas de trabalho no mês de fevereiro, mais empresas promovem cortes em seu quadro de funcionários. Agora foi a vez da produtora de celulose Aracruz anunciar a demissão de 177 funcionários.
Também ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou que a região está sofrendo um efeito cascata provocado pelos cortes dos 4,2 mil funcionários da Embraer. Segundo levantamento realizado, sete fornecedoras da companhia já demitiram 297 empregados.
Na produtora de celulose Aracruz, a maioria das demissões foram feitas na área administrativa e operacional da unidade Barra do Riacho, no Espírito Santo, e na Bahia. Já na unidade Guaiba, localizada no Rio Grande do Sul, os cortes atingiram 37 pessoas.
Por meio de nota, a companhia explicou que os cortes ocorreram para “fazer face aos efeitos da crise global que vem afetando fortemente a empresa, com redução nas vendas e, consequentemente, no ritmo das atividades produtivas”.
Embraer
Segundo informações do Sindicato de São José dos Campos, os 297 trabalhadores que foram demitidos pelas fornecedoras da Embraer correspondem a 17% do total de metalúrgicos que estavam empregados nessas fabricantes em dezembro do ano passado.
O sindicato alertou, ainda, que 30% das fornecedoras, dependentes da Embraer, terão que fechar as portas em breve, caso não haja um aquecimento da demanda.
Segundo o sindicato, mais 240 funcionários de três empresas podem perder seus empregos caso seja confirmada a redução do regime de produção para apenas um turno.
A informação levantada é que 78% das demissões, contadas desde dezembro, das fornecedoras da Embraer ocorreram após o anúncio do corte de 4,2 mil pessoas da produtora de aviões, em fevereiro.
Na noite de quarta-feira, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas decidiu que a Embraer deverá pagar a cada funcionário demitido uma indenização no valor de dois salários correspondentes a um mês de aviso prévio, com limite de R$ 7 mil, além de oferecer assistência médica por um ano.