Agora que foi montado o Conselhão, com pleno sucesso para os seus organizadores, já que não houve nenhuma recusa pública (que seria trombeteada pela mídia como indicador de fracasso) constato que minha sugestão de incorporar os autores do “Compromisso pelo Desenvolvimento” foi aceita em grande parte.
Até mesmo o nome de fantasia do Conselhão – Caminhos do Desenvolvimento – ecoa o nome do “Compromisso”.
Completando os acertos e coincidências, atrevo-me a propor ainda mais: a reunião autônoma, sob a égide do Conselhão, da bancada sindical.
Embora saiba que sua composição é o somatório de individualidades, qualquer um constata que os indivíduos carregam suas marcas e as das entidades representativas em que exercem suas atividades. Assim, pode-se falar de “bancada sindical”, com, pelo menos, duas dezenas de participantes dos 92 que compõem o pleno do Conselhão.
Nada mais natural, portanto, que este subconjunto homogêneo (apesar de sua diversidade) procure estabelecer no âmbito do Conselhão, sua própria pauta que enriquece, aprofunda e orienta a do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Em se tratando da bancada sindical, com nomes representativos e de peso, esta dinâmica unitária se impõe contrariando quaisquer visões parciais partidárias, sectárias ou mandonistas, que não reconhecem a autonomia sindical e o fato de contarmos com o “mapa da mina” da Conclat do Pacaembu.
Acresce a isso a necessidade de ativarmos também o conjunto das entidades signatárias do “Compromisso pelo Desenvolvimento”, tarefa que está sendo executada, com êxito, pelo Clemente Ganz Lúcio do Dieese (recebendo também as novas entidades que aderem ao compromisso).
É melhor, sempre, andar com duas pernas. No caso, a bancada sindical do Conselhão e o pleno do “Compromisso pelo Desenvolvimento” porque, como diz o poeta Antonio Machado, “se hacecaminoal andar”.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical