Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Ações com FGTS perdem R$ 2 bilhões

ESSA É A PERDA, DESDE O ÚLTIMO DIA 29, DOS FUNDOS DA VALE E DA PETROBRAS. BOVESPA CHEGOU A PARAR COM QUEDA ACIMA DE 15%

Os fundos de investimento de ações da Vale e da Petrobras compradas com FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) perderam cerca de R$ 2,1 bilhões desde o dia 29 de setembro por conta da crise nos EUA que derrubou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). O volume de perdas é sobre cerca de R$ 12,7 milhões, aplicados nos dois fundos em 30 de setembro. Somente no último dia 29, a perda foi de R$ 1,3 bilhão.

As Bolsas de todo mundo tiveram desvalorização ontem provocada pela crise dos bancos europeus, afetados pelas turbulência nos EUA. A Bovespa interrompeu as negociações em dois momentos ontem devido às grandes quedas. É a segunda vez que a Bolsa interrompe a atividade duas vezes num dia desde sua criação -a primeira foi há mais de dez anos.

Após a abertura, a Bolsa caiu mais de 10% e foi suspensa. O segundo fechamento foi às 11h44, após ter perdas de mais de 15%. No fechamento, a desvalorização estava em 5,43%.

A Bovespa também é afetada pela cotação das commodities (matérias-primas com preço regulado no mercado internacional, como petróleo e ferro). O petróleo ontem fechou em US$ 87,81, com queda de 6,47%. As empresas mais prejudicas são a Vale e a Petrobras, que comercializam esses produtos e têm grande peso no Ibovespa (que mede as principais ações).

Governo

Contra a falta de dinheiro no mercado causada pela crise, o governo brasileiro anunciou ontem que utilizará parte das reservas internacionais para garantir crédito em dólares para os exportadores e ajudar a diminuir a pressão sobre a moeda. Também foi anunciado o aumento de uma linha de crédito do BNDES. Aos investidores, a recomendação de analistas é não mexer nas aplicações. As consumidores, frear o consumo e evitar novas dívidas. Isso porque a crise, para o mercado, irá demorar a passar. “Quem quiser entrar na Bolsa terá de estar preparado para fortes emoções”, diz o economista Francisco Pessoa Faria, da LCA.

(Carolina Rangel e FSP)