Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Mesmo com recuo, inflação deve ultrapassar centro da meta

A desaceleração das altas inflacionárias prevista para os próximos meses não será suficiente para garantir o cumprimento do teto da meta de 6,5%, segundo economistas. As expectativas para os próximos meses são de variações entre 0,4% e 0,6% ao mês, suficientes para que o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) atinja 6,7% no ano.

O IPCA-15 (uma prévia), medido pelo IBGE, apresentou variação de 0,35% em agosto, ante 0,63% apurado em julho. A principal razão do recuo foi a variação do grupo alimentação, com alta de 0,25%, abaixo do 1,05% de julho e dos 2,11% de junho. “Também houve desaceleração do grupo vestuário [deflação de 0,48%], mas o principal fator foi a descompressão em alimentos”, disse Fábio Romão, da LCA Consultores.

Para Romão, a redução nas taxas inflacionárias de alimentos nos últimos dois meses foi um efeito localizado, causado pela queda nos preços internacionais das commodities – que apresentaram recuperação em agosto – , e não deve seguir ritmo de redução forte nas próximas medições. Para o IPCA do mês fechado, ele prevê inflação de 0,31%, com variações um pouco superiores em setembro (0,56%), outubro (0,4%), novembro (0,5%) e dezembro (0,6%), conseqüência também da previsão de reajustes nos preços dos serviços de telefonia e de combustíveis. “Esses resultados fazem com que a inflação fique em 6,7% no ano”, afirmou.

A Rosenberg & Associados, em seu relatório, também projeta para os próximos meses variações entre 0,4% e 0,61%, fazendo com que o IPCA do ano fique em 6,7%. O economista Flávio Serrano, do BES Investimentos do Brasil, tem projeção mais otimista para a inflação dos próximos meses, com variação média de 0,3%, em função da melhora na oferta de alimentos como carne e leite, que entram no período de safra com a chegada do período de chuvas. “A inflação de alimentos deve encerrar o ano perto de 12% e recuar para 4% a 5% em 2009”, estima. Serrano estima para o ano uma alta do IPCA entre 5,8% e 6%. A alta da taxa de juros provocará uma queda no ritmo de crescimento da demanda, diz ele. (CB)