Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos rejeitam proposta da Volvo e paralisam atividades

Foto de André Nojima

Se negociação não avançar até o final da tarde de sexta (11/09), paralisação pode se estender por tempo indeterminado já a partir de segunda

Por  Guilherme Ochika

Os 2,6 mil metalúrgicos da Volvo paralisaram as atividades por uma hora na manhã desta quinta-feira, dia 10. O protesto das 8h às 9h ocorreu em virtude da insatisfação diante da proposta da empresa, que não atende as reivindicações dos trabalhadores. A direção da montadora ofereceu reajuste de 4,44% correspondente a correção de 100% do INPC e R$ 1,5 mil de abono agora em setembro, sem aumento real. Quanto ao vale-mercado, a Volvo propôs incorporar o aumento no valor do benefício no salário dos funcionários. Em assembléia, os metalúrgicos recusaram essa proposta e deram prazo até esta sexta para que ela avance. Se isso não ocorrer, a paralisação pode se estender por tempo indeterminado já a partir de segunda, 14.

Amanhã às 10h, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e empresa fazem uma nova rodada de negociação. Na segunda, às 7h30, tem nova assembléia em porta de fábrica para avaliar uma possível contraproposta da Volvo e definir os rumos do movimento. Os trabalhadores reivindicam 10% de reajuste salarial (5,32% de aumento real e 4,44% referentes a correção de 100% do INPC) e abono de R$ 2 mil já em setembro, além de reajuste no vale-mercado para R$ 150. O benefício está congelado há 13 anos em R$ 60.

Na fábrica da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) da Volvo, são fabricados diariamente uma média de 24 caminhões e três ônibus. Cerca de 80% da produção é destinada ao mercado interno, com os 20% restantes sendo exportados para Chile, Suécia e México. A empresa foi uma das beneficiadas recentemente com a prorrogação do IPI zero pelo Governo Federal. O imposto zerado para a compra de ônibus e caminhões vai até o final desse ano.   

Com greve, Volks e Renault deixaram de fabricar mais de oito mil automóveis

Sem nova proposta de reajuste, os 8,5 mil metalúrgicos da Volkswagen-Audi e Renaul-Nissan continuam em greve. Até o momento, ainda não há nenhuma reunião de negociação agendada com as empresas. Com ou sem proposta, o SMC realiza assembléia na porta das fábricas na segunda, 14. Se até lá não houver avanço nas negociações, a greve deve continuar. Do início da paralisação até hoje (10/09), as duas montadoras já deixaram de fabricar 8.660 automóveis.

A Volks está sem produzir desde quinta da semana passada (03/09). Na unidade de São José dos Pinhais são fabricados em média 840 veículos por dia, dos modelos Fox, Crossfox e Golf. Já a Renault, cuja paralisação começou na sexta passada (04/09), produz em média 780 automóveis por dia, dos modelos Megane Sedan, Megane Grand Tour, Logan, Sandero, Máster e Sandero Step Way, além de Livina e Frontier, estas duas últimas no âmbito da parceria com a Nissan.

A Renault já apresentou duas propostas aos seus quatro mil metalúrgicos, sem aumento real e com abono menor que o reivindicado. Ambas foram recusadas em assembléia. A Volks, por sua vez, ainda não apresentou nenhuma proposta aos seus 3,5 mil trabalhadores.

Passo a passo da Campanha Salarial dos metalúrgicos das montadoras

03 de agosto – SMC debate pauta de reivindicações em Seminário de Planejamento Estratégico

10 de agosto – Pauta de reivindicações é aprovada em assembléia na sede central do SMC

11 de agosto – Em assembléia em porta de fábrica, metalúrgicos da Volks-Audi, Renault e Volvo referendam pauta de reivindicações

18 de agosto – Definidas reuniões de negociação com o Sinfavea (sindicato patronal) para os dias 24 e 25 de agosto

24 de agosto – SMC e Sinfavea discutem calendário de negociações

25 de agosto – Assembléias em porta de fábrica decidem que negociações podem ser com Sinfavea, mas acordos tem que ser assinados por empresa

26 de agosto – Sinfavea aceita assinar acordos em separado

27 de agosto – Sem avanço nas negociações, SMC rompe com Sinfavea e começa a negociar empresa por empresa

31 de agosto – Em reunião com o SMC, Renault oferece R$ 1,5 mil de abono, 100% do INPC e 1% da data-base de 2008

1º de setembro – Assembléia na Renault rejeita proposta da empresa. Metalúrgicos dão prazo até 03/09 para negociação avançar

02 de setembro – Volks-Audi se reúne com o SMC, mas não apresenta nenhuma proposta de reajuste. Nova reunião é marcada para 04/09

03 de setembro – Em assembléia, metalúrgicos da Volks decidem não esperar reunião do dia 4 e entram em greve por tempo indeterminado

03 de setembro – Renault apresenta nova proposta: 100% do INPC e abono de R$ 1,5 mil em setembro

04 de setembro – Metalúrgicos da Renault rejeitam nova proposta da empresa e entram em greve.

04 de setembro – Greve na Volks-Audi entra no segundo dia. Empresa cancela negociação que havia agendado com o SMC.

05 de setembro – Terceiro dia de greve na Volks-Audi e segundo na Renault.

08 de setembro – Quarto dia de greve na Volks-Audi e terceiro na Renault.

09 de setembro – Quinto dia de greve na Volks-Audi e quarto na Renault.

09 de setembro – Em reunião com o SMC, Volvo oferece 100% do INPC e abono de R$ 1,5 mil em setembro.

10 de setembro – Em assembléia, metalúrgicos da Volvo rejeitam proposta da empresa e param em protesto por uma hora.

10 de setembro – Sexto dia de greve na Volks-Audi e quinto na Renault.

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