Em entrevista à Rádio CBN, dia o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, fez importantes reflexões.
“A gente discutindo corte de 10 bilhões, 15 bilhões, 12 bilhões e de repente você descobre que você tem R$ 546 bilhões de benefício fiscal para os ricos desse País. Você pega, por exemplo, a Confederação da Agricultura, que tem uma isenção de quase R$ 60 bilhões de reais. Você pega o setor de combustível, que tem isenção de quase R$32 bilhões de reais, ou seja, você vai tentar jogar isso em cima de quem? Do aposentado? Da dona de casa? Da empregada doméstica?”, questiona o presidente Lula.
O presidente lembra que recentemente foi aprovada uma desoneração para 17 setores da indústria brasileira. “Qual é a estabilidade no emprego que eles garantem? Qual é o aumento de salário que eles garantem? Nenhum. Apenas pegam a isenção fiscal, não têm nenhum compromisso com o povo trabalhador, apenas para aumentar o lucro”.
Concordamos plenamente com o presidente Lula. “O que me deixa preocupado é que as mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do País. E eles se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre”, conclui Lula.
Para Francisco Sales Gabriel Fernandes, Chico, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e Região e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP, este desiquilíbrio precisa cessar, do contrário nunca seremos uma nação realmente desenvolvida.
“Precisamos reformar o sistema tributário e orientá-lo pela capacidade contributiva de cada brasileiro, de cada brasileira. Por exemplo, a tabela do imposto de renda está muito defasada e, aliás, é bom frisar que salário não é renda. Temos que garantir a progressividade dos impostos, a revisão dos impostos de consumo e dos impostos sobre renda e patrimônio, aumentando a tributação sobre grandes heranças e riquezas, lucros e dividendos. Onde há justiça, não há revolta!”, avalia Chico do Sindicato.