Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Indústria se retrai em ritmo menor, afirma CNI

 

Atividade do setor cai no segundo trimestre, mas empresários se dizem otimistas

 

Emprego na indústria no país mantém trajetória de queda, mas nível é melhor do que no 1º tri; uso da capacidade instalada cresce

 

LORENNA RODRIGUES

DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

 

A atividade industrial recuou no segundo trimestre, mas em menor intensidade do que no trimestre anterior, apontou a Sondagem Industrial divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).


O indicador de produção ficou em 48,1 pontos -em uma escala de 0 a 100 em que números abaixo de 50 pontos indicam queda. Ainda assim, o resultado ficou acima do trimestre anterior, quando o indicador foi de 36,1 pontos. No mesmo período do ano passado, o índice estava positivo e era de 56,5 pontos.


“Nós já esperávamos essa saída gradual [da crise] que está ocorrendo, primeiro com as grandes empresas, seguidas por médias e pequenas”, afirmou o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca.


O emprego na indústria manteve a trajetória de queda, com 45,1 pontos no segundo trimestre. O resultado nesse quesito também foi melhor do que o registrado no trimestre anterior, que foi de 39,2 pontos.


Já a utilização da capacidade instalada foi de 69%, um ponto percentual acima da registrada no trimestre anterior, mas abaixo do mesmo período do ano passado.


Desta vez, a pesquisa questionou se a utilização da capacidade instalada nas indústrias estava acima ou abaixo do usual. O índice ficou em 36,5 pontos, apontando nível abaixo do geralmente utilizado.

 

Volta do otimismo

Para Fonseca, a grande surpresa da pesquisa foi o retorno do otimismo do empresariado, que voltou a esperar aumento de demanda para os próximos meses. O indicador ficou em 57,1 pontos. No trimestre anterior, era de 48,3.


“A melhora foi muito mais alta do que a gente esperava, talvez exatamente pela renovação das políticas [de estimulo à demanda], da garantia de que o governo continuará trabalhando na recuperação da demanda”, afirmou Fonseca.


Apesar do otimismo, o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica, Flávio Castelo Branco, alerta de que o fim dos cortes na taxa básica de juros, a Selic, pode tornar mais difícil a recuperação da economia. Para Branco, a sinalização dada pelo Banco Central de que novos cortes não serão feitos é “frustrante”, assim como o corte de 0,50 ponto de anteontem.


Os principais problemas apontados pelos industriais foram a elevada carga tributária, a falta de demanda e a competição acirrada de mercado. O índice de satisfação com as margens de lucro avançou pouco, de 36 para 37,8 pontos.