Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

De volta aos níveis de 2008

 


Em SP, emprego na construção supera índice de outubro

 

Márcia De Chiara


O nível de emprego da construção civil no Estado de São Paulo já retornou ao nível pré-crise. Estudo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), com base em dados do Ministério do Trabalho, mostra que o setor empregava formalmente 615,7 mil trabalhadores no Estado em abril deste ano, ante 610,3 mil em outubro de 2008. Os cerca de 17,9 mil postos de trabalho fechados nos últimos dois meses do ano passado foram reabertos e ainda houve a criação de vagas adicionais. Entre janeiro e abril deste ano, a geração líquida de empregos no Estado foi de 23,3 mil vagas.

 

Apesar da recuperação do emprego na construção civil em São Paulo, os números nacionais indicam que não houve uma recomposição para níveis pré-crise. Em outubro de 2008, o estoque de emprego na construção civil nacional era de 2,194 milhões de vagas e, em abril deste ano, estava em 2,139 milhões. Só em novembro e dezembro foram cortados 109 mil empregos diretos. Neste ano, foram criadas 54,7 mil vagas.

 

Para o diretor de Economia do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, a recuperação dos empregos na construção civil que ocorre hoje é reflexo de obras que já tinham sido contratadas antes da crise, em função da demanda aquecida e investimentos robustos no setor comercial e industrial. “Trata-se de um efeito do passado”, ressalta.

 

Segundo o executivo, de setembro para cá não houve contratação de novas obras, e essa parada deverá ter efeito no emprego da construção civil nos próximos meses. Na avaliação dele, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) continua com desempenho muito abaixo do projetado e o programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” não deslanchou. “De abril até hoje, são 5,6 mil casas contratadas, e isso é praticamente nada”, diz. Para Zaidan, a construção civil paulista retomou o nível de outubro porque tinha obras contratadas, como as novas linhas do Metrô e o Rodoanel. “Vamos perder o fôlego no emprego conforme avançar o ano”, prevê.

 

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antonio de Sousa Ramalho, diz que a participação do governo é pequena, pois muitos empreendimentos ainda estão em fase de aprovação. “O que está puxando são as obras da iniciativa privada.”