Os dados sobre acidente de trabalho no Brasil mostram que já passou da hora desse assunto ser tratado com toda a seriedade que merece. Segundo o Organização Internacional do Trabalho (OIT) o país ocupa a quarta posição do ranking mundial de acidente de trabalho. Já o Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho joga luz à informação da OIT ao levantar que a cada 3 horas e 40 minutos morre um trabalhador (a) durante o exercício da sua atividade laboral.
É extremamente urgente que ações sejam tomadas com o objetivo de garantir à segurança para o trabalhador (a) exercer suas funções. Vale lembrar que estamos passando por uma pandemia e diariamente milhares de trabalhadores (as) são expostos (as) à contaminação pelo vírus causador da Covid-19. Recentemente, a Justiça mineira reconheceu a morte de um caminhoneiro como acidente de trabalho causado pela Covid-19 após ele fazer viagem entre cidades de Minas Gerais, Alagoas e Pernambuco. Nesta semana, um jovem trabalhador de 20 anos perdeu a vida ao ser atingido por uma empilhadeira em um hipermercado de São Paulo.
Podemos recordar ainda os desastres de Mariana e Brumadinho ocorridos em Minas Gerais. O processo de reparação pelas mineradoras responsáveis ainda não foi concluído e muitas perguntas sem respostas permanecem.
Esse histórico recente demostra o que a OIT relatou sobre a situação do Brasil. Não é difícil encontrar um trabalhador que perdeu um amigo no trabalho, uma mãe que perdeu o filho, o marido que perdeu a esposa, o filho que ficou sem a mãe de uma hora para a outra.
Este dia 28 de Abril é para lembrar de todas as pessoas que se foram e advertir que mudanças em protocolos, procedimentos internos, legislação e fiscalização precisam ser feitas com urgência.
Maria Rosângela Lopes
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí, secretária de Relações Públicas da CNTM e integrante da Secretaria para Assuntos Raciais da Força Sindical