Sem conseguir fechar acordo com credores, maior montadora americana fica mais perto da concordata
DA REDAÇÃO
O governo dos EUA deve ficar com cerca de 70% da nova General Motors (a empresa que deverá ser formada caso ela confirme o pedido de concordata) e injetar mais de US$ 50 bilhões a US$ 70 bilhões para que a principal montadora americana se reorganize, segundo o “New York Times”.
O processo de concordata da GM -cujo prazo dado pelo governo dos EUA para comprovar sua viabilidade vence na segunda-feira -deve ser acelerado hoje, quando a montadora anunciar o resultado das negociações com os proprietários de títulos da dívida, que somam US$ 27 bilhões. A GM diz que precisa que 90% deles aceitem a oferta para que não peça concordata, e a tendência na noite de ontem era que ela não conseguisse tamanha aprovação.
Inicialmente, especulava-se que os EUA ficariam com pouco mais de 50% das ações da empresa que deverá emergir após o processo de concordata, mas o governo decidiu por uma participação maior devido ao tamanho do investimento.
Contando os US$ 19,4 bilhões que o governo colocou na empresa desde o fim do ano passado, o investimento pode chegar a quase US$ 90 bilhões, o equivalente ao PIB do Iraque. No fim de 2008, o então presidente da GM, Rick Wagoner, disse que ela precisava de US$ 18 bilhões para se reestruturar.
O investimento também deve aumentar as discussões sobre a presença cada vez maior do Estado em empresas privadas -o governo norte-americano já colocou nos últimos meses centenas de bilhões de dólares em bancos e seguradoras.
Caso o plano se confirme, além da participação na GM, os EUA terão, em parceria com o governo canadense, 10% da Chrysler -quando ela sair do processo de concordata, o que poderá acontecer já na semana que vem, segundo a rede de TV CNBC. A Chrysler será comandada pela Fiat, que terá 20% de participação na montadora.
Outra participação importante na nova GM ficará com o sindicato dos funcionários. Em acerto feito ontem, ele concordou em receber 17,5% das ações da futura empresa em troca de metade da dívida de US$ 20 bilhões que a montadora possui com o fundo que cuida dos planos de saúde dos funcionários.
Com agências internacionais