Isabel Sobral
Pressionado por governos e investidores internacionais, o governo Luiz Inácio Lula da Silva quer mudar a imagem negativa da produção do etanol brasileiro, pondo fim às condições precárias dos trabalhadores do setor de cana-de-açúcar. A principal mudança, a ser anunciada no fim do mês, será o fim da terceirização da mão de obra. Patrões que aderirem a um protocolo com 50 itens de boas práticas das relações trabalhistas receberão certificados.
“Será o fim do chamado gato”, resumiu o presidente da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank. A entidade representa as usinas localizadas na região Sudeste, o que significa cerca de 60% da produção do País. Ele explicou que “gato” são empresas que fazem contratam empregados para as usinas de cana e ficam com uma parte dos salários.
“A contratação direta pelas usinas é uma reivindicação antiga e histórica dos trabalhadores”, afirmou o presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Hélio Neves. Cerca de 500 mil trabalhadores poderão ser beneficiados pelas mudanças.