CAMPINAS – Os efeitos da crise econômica mundial continuam a causar efeitos desastrosos na Região Metropolitana de Campinas. Houve fechamento de postos de trabalho na indústria, principalmente em áreas que exigem o ensino fundamental completo, e aumento da redução de emprego nas faixas etárias de 25 a 39 anos e de 40 a 65 anos.
Somente no mês de fevereiro houve uma redução da massa salarial de R$ 6 milhões, sendo que R$ 2 milhões somente no município de Campinas. Desde setembro, quando a crise econômica atingiu o Brasil, a RMC apresentou uma queda da massa salarial de R$ 34 milhões.
Os dados constam do Boletim Econômico da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC – Campinas) – Acompanhamento de Emprego da RMC, referente ao mês de fevereiro. O número de vagas fechadas no primeiro bimestre do ano foi de 3.067 e nos últimos seis meses chega a 11.333 vagas formais.
Os setores industriais fecharam 2.377 vagas e foram responsáveis pela diminuição de mais de R$ 5 milhões da massa salarial. Por outro lado, o setor de serviços amenizou o impacto de desemprego na região com a criação de 1.346 postos de trabalho com destaque para as atividades de ensino e serviços de alimentação. As faculdades costumam contratar mais professores nessa época do ano e Campinas, devido ao grande número dessas instituições, acabou tempo um saldo positivo em vagas de nível superior. Com relação aos serviços de alimentação, houve contratação para serviços de pequenos negócios, como em padarias e lanchonetes.
As empresas estão optando por demitir os trabalhadores com mais tempo de casa e com faixa etária maior em função de salários maiores e contratando mais jovens na faixa etária de até 24 anos com salários 80% menores que os demitidos. A coordenadora da pesquisa, professora Eliane Navarro, disse que, além das perdas significativas de vagas em função de salários elevados, também existe a estratégia de rotatividade das empresas.
“Muitas vezes demite-se por um salário maior e contrata-se por salários mais baixos. Há uma contratação muito grande de jovens, pois têm menos experiência e aceitam um salário menor. O ajuste está recaindo sobre o pessoal mais velho e com mais tempo de serviço.
Acompanhando os dados da indústria de transporte, está se demitindo pessoas com até 34 meses de casa, que são três anos, que para os níveis nacionais é um tempo longo de casa. Em geral o tempo médio de emprego para quem é admitido nesta rotatividade é de um a dois anos”, analisa Eliane.
As cidades da RMC que apresentaram saldo positivo de emprego foram: Campinas, Cosmópolis, Itatiba, Monte Mor, Santa Bárbara D´Oeste, Hortolândia e Vinhedo. Na primeira cidade foram criadas 564 vagas de trabalho. Já em Jaguariúna houve uma perda de 326 postos. Em fevereiro de 2009 o saldo positivo de 782 vagas para jovens até 24 anos compensou os resultados negativos observados nas demais faixas etárias. O valor médio de salários dos contratados nesta faixa etária é de R$ 697 e o tempo médio de serviço não chega a um ano.
No setor industrial o valor médio dos salários dos contratados (R$ 995) é aproximadamente 70% do valor dos salários médios dos demitidos. No setor de serviços o valor médio do salário dos contratados foi de R$ 812.
milton paes